ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.06.1997.

 


Aos trinta dias do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e nove minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Maristela Maffei. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Qüinquagésima Quinta Sessão Ordinária, que foi aprovada. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria dos Vereadores Gerson Almeida e João Dib, solicitando a renovação da votação do Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, que solicita o adiamento, por cinco Sessões, da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 70/97 (Processo nº 1279/97). Este Requerimento dos Vereadores Gerson Almeida e João Dib foi posteriormente retirado, a Requerimento dos mesmos autores, deferido pelo Senhor Presidente. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios: s/nº, do Professor Renato Oliveira, Presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Seção Sindical da ANDES - Sindicato Nacional; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; s/nº, do Senhor Adão Pretto, Deputado  Federal;  Fax:  do Juiz Vilson Antonio Rodrigues Bilhalva, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região; do Senhor Rafael Alves da Cunha, Presidente da Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul; Convites: da Rádio Gaúcha e da Revista Imprensa, para a abertura do II Seminário Internacional de Radiojornalismo; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, para a cerimônia cívico-militar de compromisso à Bandeira Nacional dos cidadãos da classe 1978 e anteriores, alistados e dispensados da prestação do Serviço Militar inicial; da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para a sessão de lançamento do Relatório Azul - Garantias e Violações dos Direitos Humanos no Rio Grande do Sul/1996; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, e do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário de Estado da Justiça e da Segurança/RS, para a solenidade de Instalação da Autarquia do Novo DETRAN; do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>Secretário de Estado da Justiça e da Segurança/RS, do Senhor Nelson Proença, Secretário de Estado do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais/RS, do Senhor Iradir Pietroski, Secretário de Estado do Trabalho, Cidadania e Assistência Social/RS, e do Senhor Djalma Manuel Bittencourt Gautério, Superintendente dos Serviços Penitenciários/RS, para o lançamento do Projeto de Cooperativa de Trabalho de Presidiários, do Programa RS Emprego; do Deputado João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para a solenidade de abertura da V Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo do Conselho de Desenvolvimento Sustentado Florestal do MERCOSUL - CEDEFOR, e para a solenidade de lançamento do primeiro volume da Série Perfis Parlamentares Gaúchos - João Neves da Fontoura - Discursos Parlamentares, 1921-1928; Impressos: da Paulo Leitão Advogados S/C, divulgando o Curso Básico sobre Licitação e Seminário sobre Contratos Administrativos e Elaboração de Editais; do Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos - IGAM, divulgando os cursos de Processo Legislativo, de Técnica Legislativa e de Organização de Câmaras; da Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais - ABRASCAM, divulgando o XII Congresso Brasileiro de Servidores de Câmaras Municipais; do Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM, divulgando os cursos de Elaboração do Orçamento Municipal, de Metodologia para Elaboração do Plano de Classificação de Cargos, de Modelos e Formas de Gestão Pública; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do SENAC Comunicação & Artes, divulgando o Seminário Internacional Novos Espaços para Produção em TV; da Top Eventos, divulgando o Simpósio Internacional Qualidade de Vida - Fator de Excelência Pessoal e Organizacional e seus cursos sobre Terceirização. Às quatorze horas e quatorze minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos às quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de "quorum". Em PAUTA,  Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 63/97, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Cyro Martini, João Dib e Antonio Hohlfeldt, 89, 95/97, este discutido  pelos Vereadores Adeli Sell e Antonio Hohlfeldt, 111/97, este discutido pelo Vereador Cyro Martini, 115, 116, 118, 119, 120 e 121/97, o Projeto de Resolução nº 21/97, este discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, e o Projeto de Lei do Executivo nº 27/97; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 61/94, 99 e 117/97, este discutido pelo Vereador Cyro Martini; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 21/94, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Elói Guimarães, aditado pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Também, foi apregoado Requerimento do Vereador Pedro Ruas, solicitando renovação da votação do Projeto  de  Lei do  Legislativo nº 114/97 (Processo nº 1836/97). Após, foi iniciado  o  período  de  GRANDE  EXPEDIENTE,  hoje  destinado a assinalar o <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>transcurso de vinte anos do serviço de táxi-lotação em Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 148/97 (Processo nº 1946/97), de autoria do Vereador Luiz Braz. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Luiz Carlos Bertotto, Secretário Municipal dos Transportes, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Magnus Aurélio Isse, Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre; o Senhor Roberto Machado, Presidente do Sindicato e Vice-Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. Ainda, como extensão da Mesa, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Onofre Felício e Pedro Valtiere, 1º e 2º Tesoureiros da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre; dos Senhores Paulo Roberto Baltazar Scheffer e Milvo Luiz Bortolotto, 2º Tesoureiro e Diretor das Relações de Trabalho do Sindicato dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz efetuou um relato histórico sobre o início do serviço de táxi-lotação em Porto Alegre e sobre a forma como o mesmo foi se firmando junto à população da Cidade até se configurar como uma das grandes alternativas de transporte coletivo confortável e seguro. O Vereador Cyro Martini destacou sua satisfação por participar da presente homenagem, lembrando ser o serviço de táxi-lotação uma reivindicação antiga da comunidade, já existindo, ainda que de forma diversa e mesmo precária, desde a década de cinqüenta. O Vereador Juarez Pinheiro discorreu sobre sua experiência como usuário do serviço de táxi-lotação, declarando ser esta uma alternativa de transporte já definitivamente incluída na cultura do povo porto-alegrense. O Vereador Eliseu Sabino saudou os permissionários do serviço de táxi-lotação  hoje aqui presentes, atestando a justeza da homenagem proposta pelo Vereador Luiz Braz, tendo em vista a importância do transporte coletivo para o desenvolvimento de uma cidade. O Vereador Elói Guimarães, afirmando que "o coração está para o organismo humano assim como o transporte está para a cidade", analisou o significado, para a dinâmica de Porto Alegre, da implantação do serviço de táxi-lotação. O Vereador João Dib, ressaltando que "o direito nasce do dever", teceu considerações acerca da legislação existente relativa ao serviço de táxi-lotação, lembrando a atuação de Sua Excelência, no referente a esse assunto, quando integrante do Executivo Municipal. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Roberto Machado que, em nome do Sindicato e da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Casa. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, às dezesseis horas e vinte e oito minutos, declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de "quorum", às dezesseis horas e trinta e quatro minutos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cláudio Sebenelo registrou o <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>transcurso do terceiro ano do Plano Real, declarando ser a tendência da economia brasileira a manutenção da estabilidade financeira e do desenvolvimento do País. Ressalvou, contudo, a necessidade de uma maior priorização da área da saúde e a manutenção do controle dessa área pelo poder estatal. O Vereador Guilherme Barbosa reportou-se ao pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, acerca do transcurso dos três anos do Plano Real, destacando problemas observados a médio e longo prazo da implantação desse Plano, principalmente no que se refere a questões como a elevação do índice de desemprego e as áreas de  priorização do uso dos recursos estatais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol declarou ser incontestável o sucesso do Plano Real no referente ao seu primeiro objetivo, ou seja, a estabilidade econômica do País, comentando pronunciamentos a respeito hoje efetuados na Casa e analisando o uso de recursos federais para salvaguardar bancos da iniciativa privada. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Clovis Ilgenfritz registrou a entrega, aos Senhores Vereadores, do Plano de Ação Câmara 2000/Gestão 1997, salientando que aproximadamente cinqüenta por cento das metas desse plano já foram alcançadas e declarando ser o mesmo "um plano de todos, visando a valorização do Legislativo Municipal de Porto Alegre". Também, relatou medidas tomadas para reforma de áreas desta Casa, buscando melhoria das condições de trabalho e de segurança para os Senhores Vereadores e funcionários. A seguir, constatada  a existência de "quorum", foi  aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência passará a integrar a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Anamaria Negroni teceu críticas ao PT, declarando estar sendo observado um gradativo distanciamento entre o discurso político dos integrantes deste Partido e as medidas tomadas pelos mesmos quando à frente de órgãos executivos. Neste sentido, analisou especialmente posições assumidas pelo PT quanto à instalação de uma montadora de veículos da General Motors no Estado e ao Programa de Demissões Voluntárias do Governo Estadual. Na ocasião, a Vereadora Maria do Rosário solicitou seja ouvida a Comissão de Constituição e Justiça quanto a termos utilizados pela Vereadora Anamaria Negroni durante seu pronunciamento em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal chamou a atenção para a importância da conclusão, o mais breve possível, das obras do Plenário Otávio Rocha. Também, registrou seu protesto à propaganda veiculada pelos meios de comunicação, envolvendo o sacramento católico da Eucaristia. O Vereador Gerson Almeida manifestou-se acerca dos métodos de fazer política atualmente utilizados no País, declarando observar-se a venda de uma imagem inverídica da nossa realidade, através de efeitos publicitários que mascaram os problemas enfrentados pela população. A <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>Vereadora Clênia Maranhão historiou sobre a representatividade feminina neste Legislativo, registrando que a esfera política é um espaço a ser ainda conquistado pelas mulheres, através de uma luta marcada pelo aprendizado e pela busca de uma sociedade realmente democrática. Na ocasião, face a manifestações das Vereadoras Tereza Franco e Clênia Maranhão, o Senhor Presidente registrou que o encaminhamento dos trabalhos deste Legislativo é marcado pela busca da construção de uma atividade democrática e contrária a qualquer espécie de discriminação. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia, iniciando-se as votações pelos Requerimentos, e, em continuidade, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, face à solicitação do Vereador Lauro Hagemann, foi feito um minuto de silêncio em memória do Senhor Carlos Reverbel, falecido dia vinte e oito de junho do corrente. Em prosseguimento, foi rejeitado Requerimento do Vereador Pedro Ruas, solicitando renovação da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 114/97 (Processo nº 1836/97), por oito votos SIM, vinte e dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Luiz Braz, Pedro Ruas, Elói Guimarães, Cláudio Sebenelo, Carlos Garcia, Gerson Almeida, Fernando Záchia e Reginaldo Pujol, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, Pedro Ruas e Gilberto Batista, votado Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Maristela Maffei e optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal. Com relação a este Requerimento, apresentaram Declaração de Voto os Vereadores Anamaria Negroni, Elói Guimarães, Gilberto Batista e João Dib. Na oportunidade, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn, Pedro Ruas e Elói Guimarães, o Senhor Presidente esclareceu a forma como seria organizada a ordem de votação dos Requerimentos a serem apreciados, bem como prestou esclarecimentos acerca da correta interpretação do artigo 196 do Regimento e, ainda, os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das dezoito horas e sete minutos às dezoito horas e dez minutos. Também, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, e os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das dezenove horas e seis minutos às dezenove horas e nove minutos. A seguir, foi aprovado o Requerimento nº 154/97 (Processo nº 2068/97 - Moção de Repúdio ao Projeto das Organizações Sociais, do Executivo Federal, que privatizará o Hospital Presidente Vargas), do Vereador Renato Guimarães, após ser encaminhado à votação pelos <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>Vereadores Renato Guimarães, Reginaldo Pujol, Juarez Pinheiro e Cláudio Sebenelo. Foi aprovado o Requerimento nº 155/97 (Processo nº 2074/97 - autorização para representar externamente este Legislativo no Festival Mundial da Juventude, em Havana, Cuba, no período de vinte e cinco de julho à seis de agosto do corrente), de autoria das Vereadoras Maria do Rosário e Sônia Santos, por vinte e cinco votos SIM e dois votos NÃO, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Carlos Nedel, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista e Maristela Maffei e votado Não os Vereadores João Carlos Nedel e João Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 146/97 (Processo nº 1929/97 - Moção de Solidariedade com o Ministério dos Transportes, pela proposta de implantação de uma linha do TRENSURB interligando Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí), de autoria do Vereador Jocelin Azambuja, por quinze votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, votado Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Maristela Maffei e optado pela Abstenção o Vereador Hélio Corbellini. Foi aprovado o Requerimento nº 152/97 (Processo nº 2026/97 - Moção de Solidariedade com o Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre pela posição contrária à proposta de liberação do horário das lojas), de autoria do Vereador Nereu D'Ávila. Em Discussão Geral e Votação estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nºs 152/96, 03 e 04/97 que, a Requerimentos, aprovados, dos Vereadores Décio Schauren, Eliseu Sabino e Cyro Martini, respectivamente, tiveram adiadas suas discussões por uma Sessão. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Resolução nº 20/97. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da forma como deverão ser encaminhados os trabalhos deste Legislativo durante o mês de julho do corrente e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos da presente Sessão às dezenove horas e cinqüenta e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Décima Segunda Reunião Ordinária da Primeira Comissão Representativa, na próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo  Brum  e Guilherme Barbosa.  Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, deter<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><D>minei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Há um pedido do Ver. Reginaldo Pujol para discutir a Pauta. Vamos suspender a Sessão dentro de alguns segundos. Precisamos abrir a Pauta, pois há Vereadores que não iriam me desculpar se não fizéssemos a abertura agora da Pauta. Há duas questões para serem apregoadas e, imediatamente, vamos colocar ao Plenário a possibilidade, se concordar, de  suspendermos  para um lanche.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: O sentido da minha fala era justamente este, porque o Plenário estava necessitando dessa explicação que V.Exa. prontamente está dando.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereadores, eu já havia dado esta explicação há um minuto e algumas pessoas não ouviram. O Ver. Luiz Fernando Záchia havia perguntado e nós informamos a mesma coisa. Vamos apregoar uma renovação de votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria dos Vereadores Gerson Almeida e João Dib, solicitando renovação de votação do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, que solicita o adiamento, por cinco Sessões, do PLL nº 70/97 - Proc. 1279/97.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender a Sessão por trinta minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h14min.)   

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - às 14h59min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Passamos ao período de

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1238/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 063/97, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que proíbe a realização de pesquisas e enquetes, junto a ocupantes de veículos em semáforos, no Município de Porto Alegre. Com Substitutivo nº 01.

 

PROC. 1434/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que dispõe sobre a criação de um Museu do Desporto no Município de Porto Alegre. Com Substitutivo nº 01.

 

PROC. 1537/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que dispõe sobre estacionamento ao longo do Arroio Dilúvio.

 

PROC. 1778/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 111/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que faculta a colocação de sinalizadores físicos móveis (placas ou cones plásticos) nas proximidades das escolas de 1º e 2º graus localizadas no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 1842/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 115/97, de autoria da Vera. Sônia Santos, que institui a Semana Municipal da Bíblia no Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 1874/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 116/97, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que cria a obrigatoriedade de divulgação de mensagens educativas em material impresso e promocional do Município ou empreendimentos patrocinados.

 

PROC. 1897/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que dispõe sobre a abertura de shows internacionais que ocorrerem no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 1918/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/97, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que institui o Dia Municipal do Síndico de Condomínios em Edificações no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 1925/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/97, de autoria da Vera. Sônia Santos, que denomina Praça Eunice Jacques um logradouro público localizado no Bairro Teresópolis.

 

PROC. 1935/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Luiz Gerd Pasqualini.

 

PROC. 1947/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que altera a redação dos incisos I dos artigos 147 e 148 da Resolução nº 1178, de 16 de julho de 1992, com as alterações das Resoluções nºs 1232, de 25 de abril de 1994, e 1250, de 30 de agosto de 1994, acrescentando-se parágrafo único em ambos (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (leitura de trecho da Bíblia no início das Sessões Ordinárias)

 

PROC. 2004/97 -PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/97, que autoriza, na forma do art. 12, inciso I, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, a permuta de próprio municipal situado na Rua Marcelo Gama, fundos do nº 478 da Rua Germano Petersen Júnior, por imóvel de particular localizado na Rua Marcelo Gama nº 1135.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1031/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/94, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que dispõe sobre a criação de Comitês de Defesa da Criança e do Adolescente contra a Agressão e Maus Tratos (CODAMA) nas escolas da rede municipal de ensino de Porto Alegre.

 

PROC. 1878/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que autoriza o Executivo Municipal a implantar faixa de segurança, semáforo e sonorizador em frente ao portão de acesso às escolas do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 1574/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/97, de autoria do Ver. Luiz Braz, que declara de utilidade pública a Associação Cultural Beneficente Cônego Antônio das Mercês (ASBECAM).

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0660/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/94, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que fixa horário para atendimento ao público nas agências bancárias do Município de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário e Srs. Vereadores. Queremos saudar os companheiros do transporte coletivo, mais particularmente os nossos companheiros dos táxis-lotação. Em seguida, teremos uma Sessão em comemoração aos 20 anos desse importante serviço público da nossa Cidade.

Quero aproveitar a tarde de hoje para discutir o Projeto de Lei de autoria do Ver. Carlos Garcia, que dispõe sobre estacionamento ao longo do Arroio Dilúvio. Eu não consigo entender como, em 1997, a três anos do novo milênio, em vez de termos a ousadia de propor algo novo para Porto Alegre em termos de estacionamento, venhamos a propor um estacionamento às margens do Arroio Dilúvio, numa rua com uma das maiores movimentações desta Cidade. Já não basta que tenhamos estacionamentos irregulares ao longo desta avenida, que a Secretaria Municipal de Transportes - com os companheiros Bertotto e Mauri, que estão aqui presentes - já discute, estão encaminhando uma solução para esse grave problema. Não basta o estacionamento irregular às margens do arroio, atrapalhando o trânsito e causando inúmeros acidentes, exatamente por causa do estacionamento, que não pode ser feito.

Enquanto a Secretaria trabalha para resolver o problema, o Ver. Carlos Garcia apresenta um projeto para complicar a situação do trânsito, da trafegabilidade e da segurança no trânsito da nossa Capital. Nós, sem dúvida nenhuma, gostaríamos de estar discutindo um projeto de lei que autorizasse o Poder Público Municipal a negociar com a iniciativa privada, por exemplo, estacionamentos subterrâneos como há em grandes centros. Mas discutir o estacionamento às margens do Arroio Dilúvio nessa situação e nessas circunstâncias é um equívoco do Ver. Carlos Garcia.

Queremos convidar o Vereador e esta Casa para abrir um amplo debate com a SMT para que possamos resolver graves problemas de estacionamento. Até teremos oportunidade, muito em breve, quando entrar em pauta, nesta Casa, o novo Plano Diretor desta Cidade, que, sem dúvida nenhuma, vai legislar sobre as garagens nas edificações de empresas privadas. São questões de fundamental importância. No entanto, não concordamos com esse Projeto de Lei.

 Quero dizer que, da minha parte - vamos discutir na Bancada do PT -, Ver.  Pedro Américo Leal, inicialmente, sou favorável à sua proposição - essa, sim, ajuda, e muito, o trânsito e a segurança no trânsito - que proíbe a realização de pesquisas e enquetes junto a ocupantes de veículos em semáforos no Município de Porto  Alegre.

Sabemos que distribuir um folheto pode oferecer um perigo, sem dúvida nenhuma, mas se está fazendo um serviço. As pessoas estão ganhando, honestamente, dinheiro para fazer essa distribuição. O comércio, a indústria, o serviço estão-se beneficiando. Mas pesquisas? Vereador, V.Exa. corretamente aponta o caminho. Não pode fazer num semáforo, não pode atrapalhar o trânsito. As empresas de pesquisa, que tanto ganham, devem ir ao local de trabalho, ao local de moradia, em praça pública fazer esse tipo de serviço, mas não no trânsito, que já é problemático pela configuração geográfica da nossa Cidade, com motoristas que andam estressados com o trabalho, com a complexidade de uma cidade como Porto Alegre, que é cercada por um rio, que tem o funil no Centro. Não cabe fazer pesquisa em semáforos.

O seu Projeto de Lei é correto, é meritório e, da minha parte, terá o apoio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Considerando a homenagem que temos a prestar à Associação dos Táxis-Lotação, queremos pedir que, tão-logo se vença a Pauta, imediatamente façamos a homenagem, fazendo a inversão. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Consta que o período destinado a assinalar os 20 anos do serviço de táxi-lotação em Porto Alegre será no Grande Expediente, a Requerimento do Ver. Luiz Braz. Agora V.Exa. pretende uma inversão na ordem dos trabalhos no dia de hoje, a saber: tão logo se conclua o período da Pauta, ingresse-se, imediatamente, no Grande Expediente, oportunidade em que será prestada homenagem por esta Casa à ATL.

O Ver. Antonio Hohlfeldt solicita que, em aditamento ao Requerimento de V.Exa., resguardam-se as manifestações de Lideranças.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Informamos que, tão logo se concluam as manifestações de discussão preliminar de Pauta, a Mesa Diretora ingressará no período de Grande Expediente destinado a homenagear a ATL.

Apregoamos o recebimento, por parte da Secretaria desta Mesa Diretora, de um pedido firmado pelos Vereadores Pedro Ruas, Antonio Hohlfeldt e outros Vereadores, de renovação de votação do PLL nº 114/97. No verso, consta a justificativa.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. É minha intenção - já que o Projeto de Lei da Vera. Maria do Rosário que fixa o horário para atendimento ao público nas agências bancárias de Porto Alegre se encontra em 3ª Sessão, que eu entendo ser a última em que ele sofre discussão preliminar - discutir este Projeto hoje, que é o momento oportuno. Mas eu sou advertido da presença de vários representantes do segmento dos permissionários dos serviços de lotação em Porto Alegre, que serão homenageados nesta tarde, e vendo que eu não tenho possibilidade de, durante o Grande Expediente, usar da palavra, porque não estou inscrito, eu vou simbolizar a minha homenagem a eles reduzindo a minha intervenção a uma breve manifestação.

É a forma que eu encontrei para homenagear os permissionários de lotação, sistema que eu espero que, em breve, seja estendido à Restinga e ao Parque dos Maias. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra em Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras. Apraz-me vir à tribuna para falar acerca do Projeto de Lei do nobre Ver. Paulo Brum, que trata sobre a faculdade destinada ao Executivo Municipal para que possa esse, se assim entender, colocar sinalizadores físicos móveis (placas ou cones plásticos) nas proximidades das escolas de 1º e 2º graus no Município de Porto Alegre.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sobre esta experiência, tivemos a oportunidade de nos debruçar por volta de 1970, quando, no Departamento de Trânsito - aquele malfadado por essa gente que está hoje no Governo do Estado -, criaram-se placas desta natureza com essa finalidade - placas removíveis, placas que, diante do portão de ingresso da escola, assinalassem com clareza tratar-se ali de um estabelecimento de ensino, com entrada e saída de escolares. A idéia é, sem dúvida, boa e barata. Boa e barata sem dúvida, mas precisa contar com a participação da direção dos estabelecimentos. Disso tenho plena certeza que sabem também aqueles que têm por incumbência dirigir os destinos da Secretaria Municipal dos Transportes. É uma placa remomível, colocada na entrada e saída dos estabelecimentos. Hoje, há material mais leve, mais simples, que proporciona uma pronta e rápida reposição ou retirada da placa. Essa é a primeira colocação.

A outra colocação que me chama a atenção na Pauta diz respeito ao Projeto de Lei do Ver. Pedro Américo Leal que trata sobre as pesquisas e enquetes, junto das sinaleiras - dos semáforos, como chama o Código de Trânsito, e sinaleiras, como nós, popularmente, chamamos -, mas essa também é uma idéia, uma proposição que merece a nossa atenção, que merece toda a nossa reflexão porque, sem dúvida, hoje não tanto as enquetes, mas a distribuição e venda de produtos e propaganda nas sinaleiras é grande. Eu ainda hoje dizia que, quando alguém for sentar no meu banco de passageiros, qualquer dia não vai ter mais lugar para sentar porque estará repleto de propaganda, pois vou apanhando e colocando-as no banco do lado. Então, isso aí também, além de criar embaraços, há outras situações mais delicadas e perigosas envolvendo crianças, que também precisam ser examinadas e ser objeto de toda a atenção.

Essa é uma idéia também que merece ter continuidade e aprovação nesta Casa.

Uma outra idéia que merece a nossa atenção e avaliação é a que está inserta no Projeto de Lei do Legislativo nº 117/97, do Ver. Carlos Garcia, que pretende autorizar o Executivo Municipal a implantar faixa de segurança, semáforo e sonorizador em frente ao portão de acesso das escolas do Município de Porto Alegre.

Sem dúvida, tudo que nós pudermos oferecer e proporcionar para as crianças, para os escolares, no que diz respeito à área de acesso de entrada e saída dos estabelecimentos escolares, temos que oferecer. É verdade que esta é uma proposição do nobre Ver. Carlos Garcia, a qual é bem mais complexa que aquela anterior sobre a placa de sinalização facilmente removível. Todavia, ela merece a nossa atenção porque demonstra uma preocupação com a sorte dos escolares na entrada e saída dos estabelecimentos. Embora há muitos anos eu tenha tido a oportunidade de dizer que o portão de entrada e saída das escolas deve ficar fora da avenida principal, se tal não for possível, então devemos encontrar uma solução adequada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta do dia de hoje, nada mais, nada menos do que 12 projetos. Parece que esta Cidade esté precisando de mais leis.

Em 1830, o Governador da Província de São Pedro do Rio Grande já dizia: “Chega de leis; as que nós temos são suficientes: basta que sejam cumpridas”. Lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz. Hoje, nós temos apresentados 12 projetos de lei. Para alguns se pretende renovação de votação depois de uma discussão intensa. Doze não seria nada demais. Ocorre que, até 20 de junho, nós tivemos 52 Sessões Ordinárias e foram apresentados nada mais, nada menos do que 206 projetos de lei, quatro por dia de Sessão Ordinária. É muita coisa! De repente, acontecem coisas extraordinárias em matéria de lei que ninguém entende, ninguém sabe por que está aí, o que aconteceu, quando foi que aconteceu, por que era ou deixou de ser. Se o nosso problema é fazer mais leis, vamos muito bem. Mas, se o nosso problema é fiscalizar o cumprimento da lei, vamos muito mal, porque nada é mais prejudicial à boa lei do que a lei inóqua.

Não sou o juiz das leis aqui apresentadas - esses 206 projetos de lei em que não estão incluídos os 12 -, mas sei que muitas leis extremamentes importantes não são examinadas, não são fiscalizadas e não são apreciadas, como hoje pela manhã, quando discutimos, até as duas horas da tarde, o cálculo da tarifa, a reposição das tarifas, que correspondia ao Prefeito de Porto Alegre. A própria Auditoria da Câmara dizia isso. Mas mais do que a Auditoria, mais do que a lei, o dever dizia isso, porque ninguém tem o direito de se omitir de cumprir o seu dever. O direito nasce do dever. E o Prefeito, hoje,  não cumpriu o seu dever e discutimos a manhã inteira - até as 14h08min, mais precisamente. Tudo porque são leis,  leis e mais leis. Agora, quem manda cumprir a lei, quem fiscaliza o cumprimento da lei, isso não importa. Todos os dias 1º de janeiro, a cada quatro anos, o Prefeito e o Vice-Prefeito assomam à tribuna da Câmara e juram  cumprir a Lei Orgânica. Os 33 Vereadores assomam à tribuna e juram cumprir a Lei Orgânica. E depois nós votamos leis desnecessárias e deixamos de exigir o cumprimento de leis necessárias, como aquela que ocorreu hoje pela manhã. Claro que eu não estou dizendo que os 12 projetos de lei apresentados não têm nenhuma importância! Alguns deles têm, é claro, pois são oportunos, são inteligentes. Mas há outros que não têm sentido.

Por exemplo, o Ver. Pedro Américo Leal apresenta Projeto de Lei que proíbe a realização de pesquisas e enquetes junto a ocupantes de veículos em semáfaros no Município de Porto Alegre. Claro: de repente, vamos ter acidentes, porque o motorista está ali, na direção, esperando o sinal e alguém ao seu lado pedindo que responda algumas perguntas. Sinaleira não é lugar para fazer enquetes ou pesquisas. Quem quiser fazer pesquisa que o faça na forma que fazem os institutos tradicionais de pesquisa, e não incomodando na sinaleira, não colocando em risco as pessoas que estão atrás de nós.

Não estou analisando os 12 projetos. Apenas peguei o primeiro, que, coincidentemente, é do meu colega e amigo Ver. Pedro Américo Leal. Mas, se fosse contrário, diria a mesma coisa - Pedro Américo Leal está equivocado. Mas não, este está certo. Mas não precisamos de 12 projetos de lei. A média é quatro por dia de Sessão. Aonde vamos chegar? Volto a dizer: a lei inócua é que mais prejudica a boa lei. Sou grato. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dispondo agora de um tempo, já que a Mesa não me permitiu na Sessão anterior, eu aguardarei para retomar o assunto da Sessão anterior, quando nós discutirmos o Requerimento de renovação de votação do projeto da tarifa de ônibus. Eu quero agora me ocupar de alguns desses processos da Pauta e fazer minhas as palavras do Ver. João Dib e  de outros Vereadores que me antecederam.

Acho que em boa hora o Ver. Pedro Américo Leal busca regulamentar - na verdade, proibir - esse abuso que virou Porto Alegre, de realizar pesquisas e entregar papéis a torto e a direito em tudo quanto é cruzamento. De fato, não é apenas perigosa, do ponto de vista do trânsito, como é irritante essa situação.

Eu queria, por outro lado, na medida em que está hoje em 1ª Sessão o Projeto do Ver. Garcia, ouvir de S. Exa. os motivos pelos quais pretende se dispor a  regular o estacionamento ao longo do Arroio Dilúvio. Agora, eu acho muito gozado o Ver. Adeli Sell dizer que é contrário, quando a SMT, que está aí representada pelo Sr. Secretário-Substituto, servilmente acabou de abrir o encosto do Arroio Dilúvio em frente à RBS. É muito gozado um Vereador do PT ser contra e a Prefeitura do PT a favor. É um negócio muito curioso. Eu queria apenas lembrar, Ver. Garcia, que eu, particularmente, sou contra e vou ser contra sempre por um motivo muito simples: o problema não é quando o veículo entra; o problema é quando o veículo sai. Tranca todo mundo. E, infelizmente, como não temos educação de trânsito, é a experiência que tenho sofrido, porque sou obrigado a chegar todos os dias na PUC. É um desastre!

No ano passado, o Vereador do PC do B tentou fazer essa regulamentação e eu alertei que seria contrário, de qualquer forma. Acho uma privatização do bem público, com um perigo enorme, porque é a pista de alta velocidade que vai ser prejudicada. Mas eu gostaria de ouvir V.Exa. depois ou ao longo da discussão. Estou levantando o problema de propósito, porque é a nossa primeira vez, primeira Pauta, e teremos tempo. Gostaria de ouvi-lo. Quem sabe lá V.Exa. tenha algum motivo que mude a minha posição!

Por outro lado, quanto à proposta do Ver. Sabino, da leitura da Bíblia, confesso que acharia um vexame nós lermos a Bíblia na abertura de uma Sessão como, por exemplo, a de hoje e, depois, passarmos a população de Porto Alegre inteira para trás, aumentando tarifa de ônibus. Acho melhor continuarmos sem ler a Bíblia porque, assim, essas resoluções equivocadas pelo menos não ficam sob a tutela do pobre Deus, que acaba sendo invocado em vão. Porque, que o Vereador tenha votado contra o aumento de tarifa, se não me engano, de toda a maneira o resultado final teria o acobertamento lamentável, e quem sabe alguém diria: “inspirado por Deus votei contra a população”. Fica uma coisa muito complicada.

Com todo o respeito ao Ver. Eliseu Sabino, acho que desde a República, ao menos formalmente, os Poderes são separados. As religiões têm que ter seus espaços, suas crenças. A Casa já teve esta prática e ela ficou tão burocratizada, que quem a lia aqui não dava nenhuma ênfase, que resolvemos, em algum momento, retirar. Entendo a intenção de V.Exa., a respeito, mas, se depender do voto deste Vereador, votarei contrário. E com isso não estou renegando a questão da religiosidade. Pelo contrário, quero manter separadas as coisas, porque, se for o caso, que a gente brigue entre os 33 representantes terrenos sem envolver nenhuma divindade.

De toda maneira, a discussão é interessante. É uma nova legislatura, são novos Vereadores que chegam à Casa num número bastante razoável e, neste sentido, recolocar a questão está em aberto. Não tenho nada em contrário.

 

O Sr. Adeli Sell: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não sei se entendi bem o pronunciamento de V.Exa., porque sobre a questão do estacionamento às margens do Arroio Dilúvio o meu posicionamento é o mesmo da Secretaria Municipal dos Transportes: somos contra. E expliquei as razões, inclusive.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: O seu eu entendi bem. Eu não entendo é a prática da Secretaria, que acabou de rebaixar o meio-fio em frente à RBS. Entendi bem e me expressei bem. Estou criticando é a diferença entre o discurso e a prática. Então, fico curioso como o Secretário-Substituto que está aqui...

Não, não é da época do Prefeito Collares, é das últimas semanas. Na época do Prefeito Collares se parava sobre a calçada. Agora foi retirada, facilitando a vida de quem ali pára. São duas situações bem diferentes. E não se fez o alargamento necessário previsto e anunciado pela SMT há dois anos atrás da Av. Ipiranga, em frente ao Hospital Ernesto Dornelles; se fez meia pista de alargamento e não uma pista inteira. Ficou uma meia-boca para resolver o que precisava ser resolvido, que era uma pista inteira para quem faz o retorno da Azenha para a João Pessoa. Muito obrigado.           

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Encerrada a Pauta. Srs. Vereadores, conforme Requerimento aprovado em Plenário, passamos, neste momento, ao período de

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O período, hoje, está destinado a homenagear os 20 anos da criação do serviço de táxi-lotação, a  Requerimento  de  nº 148/97, de autoria do Ver. Luiz Braz.

Convidamos a fazer parte da Mesa o Sr. Luiz Carlos Bertotto, Secretário Municipal dos Transportes, representando o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Sr. Magnus Aurélio Isse, Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre, e Sr. Roberto Machado da Silva, Presidente do Sindicato dos Transportadores.

Passamos a palavra ao Ver. Luiz Braz, proponente desta homenagem.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Senhoras e Senhores permissionários, para nós é um motivo de satisfação podermos estar aqui, hoje, na Câmara Municipal de Porto Alegre, neste Plenário que foi palco, tantas vezes, de discussões a respeito do táxi-lotação, homenageando os 20 anos desse serviço que é prestado a nossa Cidade. E, principalmente, nos rejubilamos quando vemos que, entre os senhores que aqui vieram, existem alguns que são verdadeiros heróis na grande batalha que foi travada desde o início para que esse serviço pudesse não apenas ser mantido em nossa Cidade, servindo como alternativa no transporte coletivo, mas pudesse ser melhorado de uma maneira elogiável. Quem acompanhou, como nós, boa parte dessa trajetória, sabe que o serviço completa 20 anos. Estamos na Cidade há cerca de 21 anos; de Câmara Municipal, estamos completando 15 anos; nesses 15 anos, eu tenho acompanhado de perto o trabalho realizado pelos senhores permissionários do serviço de táxi-lotação.

 Eu me lembro de algumas das batalhas que foram travadas para que o serviço pudesse se fortalecer. Uma dessas batalhas foi exatamente para não permitir, numa determinada época, que se instalassem em Porto Alegre as paradas fixas de táxi-lotação. De acordo com a opinião dos permissionários e de acordo com o ponto de vista deste Vereador, que acabava de assumir o primeiro mandato, os pontos fixos viriam a descaracterizar os serviços e, por isso mesmo, nos opusemos. Graças a Deus e graças também à visão dos Vereadores que compunham o Plenário naquela época, 1983/1984, nós conseguimos fazer com que o serviço de lotação pudesse passar por aquilo que acreditávamos ser uma barreira. Até, nos dias atuais, uma medida acabou sendo adotada pelo atual Secretário, mas a adoção dessa medida foi coordenada juntamente com os interesses dos permissionários de táxi-lotação para que o serviço não sofresse uma derrota e pudesse realmente continuar a sua caminhada de progresso. O táxi-lotação, que começava modestamente a sua contribuição à sociedade de nossa Cidade, visando fazer com que um menor número de veículos circulasse pelo Centro da Cidade, passou de uma modesta para uma grande contribuição, e hoje nós vemos que o serviço de táxi-lotação realmente é uma das grandes alternativas de transporte para todas aquelas pessoas que querem ir ao Centro da Cidade com uma boa comodidade. E essa comodidade que está sendo oferecida pelo serviço de táxi-lotação vem aumentando, inclusive, a sua qualidade, ao ponto de,  nos veículos modernos que estão sendo oferecidos para o serviço, para o bem-estar da nossa Cidade, já termos ar-condicionado, o que é, realmente, um avanço fabuloso e que vem ao encontro da expectativa - pelo menos, que eu tenho como cidadão, não apenas como Vereador - de ter no táxi-lotação um transporte alternativo que seja capaz de fazer com que mais pessoas possam deixam os seus carros na garagem e possam circular na Cidade através desse meio de transporte.

Eu cumprimento a todos os Senhores. Quero cumprimentar o Presidente dessa Associação, que foi uma pessoa incansável, batalhadora que, ao lado do meu amigo Ademir, que deve estar aqui presente, fez grandes batalhas em prol do táxi-lotação; hoje, ele não pertence mais ao sistema, que é o nosso amigo Sérgio Galocchi. Ele, realmente, merece toda a nossa admiração e toda a reverência por parte dos permissionários, porque ele enfrentou grandes embates a fim de que o serviço pudesse chegar hoje na qualidade que chegou.

Então, os meus cumprimentos a todos aqueles que enfrentaram esses desafios e conseguiram vencê-los: ao meu amigo, atual presidente da Associação, Magnus, ao Presidente do Sindicato, meu amigo Beto, que são pessoas guerreiras, inteligentes, pessoas que querem não apenas o bem dos serviços do táxi-lotação, mas que já provaram várias vezes que querem o bem da Cidade como um todo, que querem o bem dos serviços de transporte em nossa Cidade.

Aproveitando a presença do Sr. Secretário dos Transportes e a presença de todos os Senhores, quero cumprimentá-los pelo trabalho que tem sido executado ultimamente, onde  a Secretaria procura fazer com que as suas ações possam encontrar eco no seio dos permissionários para o bem-estar de toda a sociedade, o que tem acontecido de uma maneira bastante louvável.

Parabéns a todos pelos 20 anos do serviço de táxi-lotação em Porto Alegre! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Devo dizer de plano da minha satisfação, por um lado, e, de outro lado, do meu orgulho de poder, nesta ocasião, trazer a minha modesta palavra a essa categoria a quem muito deve a população de Porto Alegre, especialmente a população de classe média, mas também os segmentos populares. Há muitos anos, o serviço vem sendo desenvolvido em Porto Alegre com muita eficiência. Se essa jornada do táxi-lotação comemora hoje 20 anos, é verdade que os serviços de lotação vêm de longa data. Vêm da década de 50, em Porto Alegre, quando andávamos atropelados e amontoados nos serviços de bonde da Carris. Já naquela época o lotação trazia a sua contribuição. E não era tão modesta, embora utilizando veículos, automóveis de passeio, onde andavam amontoados ali cerca de oito passageiros, com um banco no meio e uma tábua. E aqueles serviços se prolongaram e foram de grande utilidade. Estávamos na década de 50, quando os serviços de ônibus eram insatisfatórios. O lotação já prestava o seu auxílio, o seu socorro. Muito mais de 20 anos tem essa idéia, e ela era tão importante, que, a despeito da adversidade encontrada, que fez com que o serviço parasse, ela voltou e acabou se impondo, inicialmente, através das kombis-lotação. Mas elas não satisfizeram, não por causa daqueles autônomos que empregavam a kombi, a camionete, mas por causa da população, que exigiu um veículo que oferecesse melhores condições, maior, que atendesse a um número maior de usuários. Daí luziu, nasceu, prosperou o que hoje temos como microônibus, uma idéia tão boa, tão útil, tão importante, que a população de Porto Alegre insiste conosco, que a representamos, em pedir a sua expansão, uma expansão que abranja toda a população de Porto Alegre. Ela não é, antes de tudo e sobretudo, só uma alternativa para o transporte coletivo; lotação é uma alternativa para fazer com que os usuários deixem em casa o automóvel de passeio, e devemos fazer tudo para retirar o automóvel do tráfego, porque, em primeiro lugar, queremos fluidez para o trânsito, tráfego mais ágil, não de modo a causar problemas com relação a acidentes, mas deixar o trânsito leve para se desenvolver. Essa é uma primeira colocação com relação ao táxi-lotação, ou seja, deixar o automóvel em casa.

O trânsito tem um dado que a muitos ecologistas e ambientalistas acaba passando despercebido. O trânsito, conforme as autoridades que militam nessa área há muito tempo, preocupa muito pela carga de substâncias lançadas pelos escapamentos, que produzem problemas sérios em relação ao meio ambiente. Se  afastarmos o maior número possível de veículos de passeio, estaremos também contribuindo para reduzir a poluição do ar e também a poluição hídrica produzida pelos abandonos que lançam, nas correntes d'água, óleos de veículos. Então, aí também poderíamos obter uma melhoria sensível do problema.

Com relação à segurança, também podemos ver, lançando mão do táxi-lotação, uma contribuição acentuada, porque estará na direção o motorista competente e responsável. Devemos respeitar o motorista profissional, não como quer o Governo do Estado, que está acenando com cobranças de taxas excepcionais para prejudicar a formação da mão-de-obra profissional nessa área, mas nós devemos respeitá-los porque eles têm aquilo que cobram dos motoristas, que é o senso da responsabilidade e conhecimento técnico. Porque quando o jornalista fala e muitas autoridades falam em condições intelectuais e conhecimentos, referem-se aos sinais e regras de trânsito que qualquer criança conhece. Quando vamos exigir conhecimentos técnicos que realmente tratem, por exemplo, sobre o problema da hidroplanagem e outros problemas como o estouro de um pneu, aí temos que respeitar o motorista profissional. Esse é um outro ganho que teríamos.

 Por isso temos insistido, não por iniciativa nossa, mas por iniciativa das populações. Precisamos levar o serviço de lotação para dentro das vilas. Precisamos ter esse serviço em vários pontos de Porto Alegre que ainda hoje não contam com ele.

Deixo o meu abraço, a minha palavra de apoio e os meus parabéns a esse serviço. Não é porque eles queiram ser parabenizados, mas porque o povo, aqui representado por nós, de justiça merece dar os parabéns por esse serviço tão bem prestado e que ainda tem mais para dar em favor da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren cede seu tempo ao Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os demais presentes.) Sinto-me honrado em usar esta tribuna e usar este emblema da Associação dos Transportadores de Taxi-Lotação. Faço isso com muita tranqüilidade, porque fui um dos primeiros que adotou essa modalidade de transporte desde o seu início, quando ainda eram as velhas kombis vermelhas com aquela frisa azul. Usava a lotação do Hospital Ipiranga, que inicialmente tinha um só itinerário, e que agora tem Iguatemi, com o fim da linha na Estrada do Forte, e outra que vai até o Iguatemi, saindo da Trav. Leonardo Truda. Então, mesmo que de maneira preliminar, posso dizer que sei do que estou falando. Quero reconhecer, neste serviço de transporte, uma alternativa que já está incluída de forma definitiva na cultura do povo desta Cidade. O transporte de lotação deixou de ser o discurso de que nós temos que utilizar o transporte coletivo em detrimento do transporte individual para, mais do que discurso, ser, na verdade, uma alternativa efetiva, que diminui, em nossa Cidade, o trânsito de veículos individuais.

Tive também a oportunidade, posteriormente, enquanto Assessor Jurídico da Prefeitura de Porto Alegre, inúmeras vezes, quando lá chegavam projetos de lei aprovados por esta Casa, às vezes com emendas, de chamar a atenção daquilo que o Ver. Luiz Braz aqui já o fez, da impossibilidade de que, quando este transporte inicia, saindo do bairro para a cidade a sua caminhada, lá fosse obrigada às paradas obrigatórias, determinadas, porque esta é uma das vantagens que traz esta alternativa, ou seja, de que o usuário possa apanhá-lo mais próximo da sua residência.

Tive a oportunidade, também, mais recentemente, quando foi discutida a questão de dar novos contornos, novas cores, de participar das discussões. E fui, naquele momento, uma voz que atuou de forma efetiva no Governo, chamando a atenção para a importância deste transporte. Neste sentido, quero, então, hoje, aqui homenagear estes desbravadores que tiveram a feliz idéia de trazer para a Cidade esta alternativa e também os trabalhadores que, com o seu trabalho, fazem com que muitos cidadãos desta Cidade tenham maior conforto ao se deslocar para o seu trabalho ou para os seus passeios.

Quero, por fim, chamar à colação o Secretário dos Transportes, o nosso Companheiro Bertotto, no sentido de que esta alternativa seja implementada, também, em outras áreas da Cidade, que seja possível aumentar a frota dos táxis-lotação para que outros cidadãos, de regiões ainda não assistidas por este transporte, o possam utilizar. Então, nesse sentido, quero parabenizar, aqui, os representantes e a Cidade de Porto Alegre por ter esta alternativa de transporte. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a satisfação de nominar as seguintes pessoas como extensão da Mesa: 1º Tesoureiro da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre, Sr. Onofre Felício, e o 2º Tesoureiro da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre, Sr. Pedro Valtiere. As finanças estão bem representadas. O Sr. Paulo Roberto Baltazar Scheffer, 2º Tesoureiro do Sindicato dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre, e o Sr. Milvo Luiz Bortolotto, Diretor das Relações de Trabalho do Sindicato dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre. Queremos também saudar os associados e funcionários das  associações aqui hoje homenageadas.

Está com a palavra o Ver. Eliseu Sabino.

 

O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Cumprimenta os demais componentes da Mesa.) Senhores e Senhoras. Senhores permissionários que atuam  neste importante trabalho de serviço de táxi-lotação. A exemplo de colegas que aqui já têm se pronunciado, também me sinto honrado em poder, neste momento, usar esta tribuna como um representante da população porto-alegrense e poder homenagear e estar junto com os Senhores nesta data em que comemoramos 20 anos da criação dos serviços de táxi-lotação, trazendo aqui também a minha palavra de congratulação e de admiração pela brilhante iniciativa do nosso colega Ver. Luiz Braz. Acho que foi oportuno o momento em que o nobre colega pensou em fazer esta homenagem. Realmente, como nascido na Cidade de Porto Alegre, tenho em mente, com muita propriedade, o que tem sido para Porto Alegre o serviço de táxi-lotação. A propósito, tenho muitos amigos, muitas pessoas de minhas relações que, inclusive, estão-nos brindando com a sua presença aqui hoje, que desempenham essa atividade, uma atividade que marca presença em Porto Alegre. Acompanhei o início dos trabalhos quando foi implantado o trabalho de lotação. Evidente que eu não tinha uma atuação maior junto a este Plenário, mas estávamos lá, apoiando. Hoje usufruímos desse serviço, e é com alegria que nós podemos dizer que nos irmanamos a todos esses senhores e senhoras que exercem essa atividade. Muitos deles apresentam um trabalho não apenas no exercício da locomoção, porque hoje, quando se vai sair de casa, quando os membros de nossa família vão sair de casa, pensam, sim, na alternativa do táxi, do automóvel, mas na maioria das vezes pensamos no táxi-lotação. O táxi-lotação faz parte do convívio do brasileiro. Até poderíamos dar alguns testemunhos: quando conversava com a minha colega Tereza Franco, ela me disse que devia alguma coisa ao táxi-lotação, referindo-se há alguns anos, quando sua filha estava para ganhar nenê e a primeira preocupação dela foi procurar um veículo que fosse rápido, mas não havia dinheiro para o táxi, mas havia o táxi-lotação, que a levou com mais rapidez até a Santa Casa.

Nós trazemos a nossa palavra de apoio e de carinho a esta gente querida, a estes amigos que fazem este trabalho. A Cidade de Porto Alegre é feliz porque usufrui desse significativo serviço de transporte coletivo. Como disse, táxi-lotação faz parte da Cidade de Porto Alegre. E quando falamos em táxi-lotação falamos dos Senhores que aqui se fazem presente. O meu abraço e parabéns pelo vigésimo ano de fundação. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando me refiro ao transporte, tenho feito a seguinte comparação: o coração está para o organismo humano, para o corpo, como o transporte está para a cidade. A dinâmica da cidade quem faz é o transporte. E nisso se insere esse modal importante de que dispõe Porto Alegre, que é o sistema de lotação, que antes se chamava de táxi-lotação; hoje, através de uma modificação na lei, denomina-se lotação. A sua importância, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tive a oportunidade de constatar de diversos ângulos, enquanto Vereador, enquanto Secretário Municipal dos Transportes, enquanto alguém que saía de Porto Alegre e visitava algumas cidades, como Curitiba, por exemplo, que é tida como modelo em matéria de transportes. Das visões que tive, sempre recolhi a importância desse sistema, que, eu diria, não complementa, mas tem o seu espaço próprio, tem a sua fração própria, como o táxi também tem o seu espaço próprio.

Incansavelmente, tenho dito aos permissionários dos lotações, à sua Associação, que eles devem não parar, mas qualificar a cada dia, a cada momento. Nesse sentido, a Associação - me contava o Presidente - contratou uma empresa para fazer uma pesquisa de origem/destino. Em matéria de transportes - está aqui o Secretário Municipal dos Transportes - temos que estar trabalhando permanentemente, dada a sua dinâmica.

Inúmeros bairros fazem pedidos para que lá tenha lotação, até porque o lotação dá “status”: um bairro, uma vila que tenha o seu lotação ganha em “status”, valoriza as propriedades.

Temos discutido muito nesta Casa. Claro que a Casa é tímida em discutir transporte, mormente quando se trata de tarifa. A Casa tem, historicamente, um certo receio porque se ideologizou a tarifa. Então, ficou um debate muito ruim. Temos que encontrar formas, senhores permissionários, para que os setores da sociedade financiem o transporte, dada a sua importância.

Tem muita razão o ex-Secretário dos Transportes, hoje Vereador, ex-Prefeito, Ver. João Dib, quando diz que pode faltar água, telefone, luz etc., mas não pode faltar na Cidade o transporte. Faltou o transporte, a Cidade se desarranja, entra em pane.

Eu sou um defensor público, eu digo. Muitas vezes me dizem: “olha, tu vais te desgastar, tu fazes a defesa pública”... Faço a defesa. Acho que temos que investir no sistema de lotação. Acho que é um bom sistema, um bom serviço que deu certo em várias cidades, inclusive em outras cidades do País. Vieram aqui estudar o sistema de lotação. Ele funciona de forma tão certa, que as pessoas vêm procurar subsídios aqui para levar para implantar o sistema de lotação. Recebam a minha homenagem. Participei dos atos dos lotações quando lançaram um vídeo,  no Plenário da Câmara; estive presente na festa, só não pude ficar para o baile; gostaria de ter ficado no baile só que estava extremamente gripado e perdi o baile da Associação. Acredito que, pelo número de pessoas, pelo entusiasmo, o baile deveria estar muito bom.

Meus cumprimentos e saudação ao sistema de lotação que, em matéria de sistema de transporte, em 20 anos apenas engatinha. É muito pouco tempo. Acho que, com o correr do tempo, esse sistema vai-se fortalecer. Estamos estudando melhoriais e condições. É um sistema que a Cidade comprou. Esta Cidade e seu  povo não abrem mão do sistema que é tão bem conduzido por vocês que aqui nos honram e nos gratificam com a suas presenças. Obrigado.

 

(Não revisto  pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Hélio Corbellini.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, autoridades já nominadas, senhores proprietários, Srs. Vereadores. No início desta tarde eu falava nesta tribuna que a Câmara, em 52 Sessão Ordinárias, havia apresentado, neste ano, 206 projetos de lei. Eu dizia que o importante para alguns parece ser fazer lei e não fiscalizar o cumprimento da lei. Também falei que o direito nasce do dever. E é por isso que começo a dizer algumas coisas que ao longo desses 20 anos eu pude observar.

 Em primeiro lugar; nunca houve uma lei que criasse em Porto Alegre o serviço de táxi-lotação. A Lei do Ver. Sadi Schwerdt dizia que os táxis normais, de quatro portas, poderiam fazer lotação. A interpretação, à época, da Secretaria Municipal dos Transportes, que nada tinha a ver com essa Lei, foi em cima da Resolução 514, do Conselho Nacional de Trânsito, que dizia que se, a cada banco de passageiros houvesse duas portas, poder-se-ia fazer lotação. Na realidade, teriam que ser retirados os veículos dos serviços de táxi para fazer lotação como táxi. E isso não aconteceu. Permaneceram os 3917 táxis e criou-se o serviço de lotação com kombis.

Mas eu dizia que o direito nasce do dever, e quando fui assumir a Secretaria Municipal dos Transportes, há 20 anos, no dia 07 de junho de 1977, eu era contra o serviço de lotações. Conhecia bem o serviço dos lotações com kombis; conhecia bem o serviço dos lotações no Rio de Janeiro, quando o Juan Manuel Fangio, cinco vezes consecutivas campeão da Fórmula 1, visitando o Rio de Janeiro, disse que só era campeão do mundo porque os motoristas do lotação - e não é o que ocorre aqui - lá do Rio de Janeiro não corriam na Fórmula 1.

Mas eu dizia que o direito nasce do dever, e eu era contra o lotação. Havia um decreto estipulando que seriam 740 os lotações, e havia ingressado na Prefeitura, na Secretaria Municipal dos Transportes, 403 pedidos para kombis. O direito nasce do dever. E se eu era Secretário eu tinha o dever. E nunca me omiti ao dever, como acontece. Hoje pela manhã tivemos que votar um projeto aqui por omissão do Prefeito. Nunca me omiti. Tinha o dever de preservar aqueles 403 táxis-lotação.

A Secretaria dos Transportes era diferente. O Secretário disse que iria preservar os 403 táxis-lotação porque havia o dever de preservá-los e a coisa não funcionava bem. A maioria das linhas não tinha nenhum aproveitamento. Foram linhas traçadas no decreto, mas o Secretário de Transportes sabia que o dever tinha que ser cumprido e era seu dever preservar o patrimônio daquelas 403 pessoas ou entidades. O Secretário de Transportes mandou fazer uma planta com todos os itinerários de lotação previstos, e essa planta ia da sua mesa para a sua casa, porque os proprietários de lotações sabiam que aquele itinerário não dava. O Secretário tinha o dever de preservar o serviço e estudava o itinerário na sala de jantar de sua residência ou na mesa de Secretário, porque sempre fez questão de atender a todas as pessoas que o procuravam, como hoje continuo fazendo. Ninguém deixou de ser atendido. Muitos itinerários foram traçados juntamente com os motoristas e com os proprietários, que viviam e sofriam o problema. E nós conseguimos fazer com que os 403 continuem aí até hoje.

Há muito tempo que deixou de se chamar o veículo de 17 lugares de táxi-lotação. E eu já vi, nesta Câmara, brigarem para manter o nome táxi-lotação. Isso é bobagem. Há muito tempo que deixou de ser chamado assim, porque, quando se criou o lotação de 17 lugares, a lei dizia que táxi-lotação era kombi e lotação era veículo com 17 lugares. Parece que o problema é fazer mais uma lei e mais outra, e ninguém pesquisa o porquê, nem como, nem quando, nem onde.

Por isso a minha preocupação com o excesso de leis. E as leis inócuas são as que mais prejudicam as boas leis. De repente, eu vejo todo mundo se solidarizando - e eu também faço isso em nome dos Vereadores Pedro Américo Leal e João Carlos Nedel -, dizendo que o serviço de lotação é um bom serviço. Ainda que eu tenha discutido a necessidade das paradas - e agora a coisa está funcionando bastante bem -, nunca deixei de reconhecer que, se a Prefeitura instituiu o serviço, ele tinha que ser preservado. E os senhores prestam um bom serviço, sem dúvida nenhuma, principalmente agora que deixaram de passar com o sinal fechado, respeitam as paradas, e a coisa fica mais tranqüila. Para mim era muito desagradável parar na sinaleira, ver o táxi-lotação passar com o sinal fechado e o motorista do lado dizer “como é o negócio, Vereador?”. Na Silva Jardim com a 24 de Outubro, cansei de ver, mas agora não acontece mais. Está funcionando muito melhor.

Portanto, são 20 anos de bons serviços, sem dúvida nenhuma. E quero que continuem prestando bons serviços, atenciosos com as pessoas que buscam esse serviço, e que o façam cada vez melhor no sentido de atender a população que, em última análise, é a razão do próprio serviço. Se não houvesse essa população que utiliza esse serviço, não haveria por que implantá-lo.

Se no passado fui contrário, não esqueci o meu dever de Secretário de Transportes e a minha responsabilidade de homem público, como a Secretaria, por exemplo, que aprovou uma lei e depois disse que não era boa. Isso eu nunca faria. Eu sei que é uma solenidade, e talvez eu não esteja sendo tão doce e tão suave, mas estou falando a verdade, porque a coisa mais bonita que existe é a verdade. É bom falar a verdade, porque tranqüiliza todos nós. Quem fala a verdade sempre se sabe o que vai dizer. Responsabilidade é responsabilidade. Dever é dever. E, no final, aparece o direito. Até Deus construiu o mundo em seis dias; portanto, trabalhou seis dias. Adquiriu o direito, depois de ter trabalhado seis dias, de descansar no sétimo.

Gostaria de dizer a todos os proprietários de lotação e a todos aqueles que fazem esse bom serviço, como eu digo sempre, saúde e paz! Mas agora vou acrescentar mais uma coisa: sucesso! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Presidente da Associação de Transportadores de Passageiros por Lotação, o Presidente do Sindicato e o Vice-Presidente da Associação dos Transportadores chegaram a uma conclusão: o orador será o Sr. Roberto Machado, que falará em nome das entidades e em nome, também, do Presidente, Sr. Magnus  Aurélio  Isse.

 

O SR. ROBERTO MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Sras. Vereadoras, Colegas operadores do sistema de lotação, Senhores e Senhoras. Primeiramente, quero anunciar a todos os Senhores a satisfação e a honra com que a família do lotação recebe esta homenagem da Câmara Municipal, proposta do nosso amigo pessoal, Ver. Luiz Braz. Luiz Braz, a família do lotação externa o nosso mais profundo agradecimento, assim como ao nosso nobre Ver. Elói Guimarães, com quem muitas lutas e inúmeras batalhas temos enfrentado ao longo desses 20 anos. Não poderíamos deixar esta data passar em branco, Sérgio Correia da Silva, nosso primeiro Presidente, homem que também enfrentou muitas lutas, os companheiros aqui, nesta Casa. De forma especial, temos todo um carinho para com os Srs. Vereadores e Vereadoras, com quem sempre, em todos os momentos em que tivemos dificuldades, viemos aqui nos socorrer, trazer nossas ansiedades e nossos problemas,  que sempre foram inteligentemente entendidos, colocados em votação e aprovação os projetos que vieram a viabilizar o crescimento desse segmento de extrema importância para a Cidade de Porto Alegre. Provavelmente, há 20 anos, quem propôs a criação desse serviço talvez não vislumbrasse, naquela época, a importância do segmento de transporte que estava sendo criado para a Cidade de Porto Alegre.

O ex-Ver. Sadi Schwerdt, que propôs a Lei nº 4167 de 76, foi extremamente iluminado ao fazer essa proposta, e os nobres Vereadores que tiveram a grandeza de, junto com Sadi Schwerdt, aprovarem essa lei também foram de um brilhantismo singular.

Prezados Senhores e prezadas Senhoras, o serviço de lotação, ao longo desses 20 anos, trouxe inovações que todos conhecem. Iniciou com uma kombi com oito lugares, extremamente difícil de operar, e hoje chegou ao microônibus com 20 lugares, como anunciou o nobre Ver. Luiz Braz, equipado com ar-condicionado. E é proposta, pelos permissionários do sistema, que, a partir desta data dos 20 anos, todo o sistema, ao longo das renovações, terá veículos incrementados com ar-condicionado para que, efetivamente,  qualifique o serviço e atenda aos anseios dos usuários de nossa Capital.

Srs. Vereadores, queremos dizer a todos que nos sentimos extremamente  agradecidos pela  atenção com que a Câmara Municipal, os Vereadores, a SMT, através do nosso Secretário e do Prefeito Municipal, têm tratado os nossos serviços de lotações ao longo dos últimos tempos. Estamos empenhados, decisivamente, em estender esse serviço a todas as comunidades da Cidade. Não se justifica por que determinados bairros não têm à disposição esse serviço, que vem colaborando e aumentando, dia após dia, a retirada de automóveis das ruas de Porto Alegre. Pelos levantamentos e estimativas realizadas, chegamos ao número superior a 30 mil veículos que deixam de circular diariamente nas ruas, permanecendo em suas garagens, ao passo que os seus usuários se deslocam para o Centro ou para os bairros utilizando os nossos serviços. Então, entendemos que esse serviço não pode ser prioridade de alguns. Ele precisa ser estendido a todos. Para isso, o serviço de lotações, através de sua Associação, contratou empresa especializada que está levantando estudos, elaborando projetos, acompanhada pelos técnicos da SMT, para que esse serviço venha a se estender. Contamos com os vários Vereadores para que, através da Câmara, seja levada a efeito essa ampliação do serviço.

Finalizando, queremos, mais uma vez, agradecer esta homenagem ao Presidente da Casa, aos vários Vereadores, especialmente aos Vereadores Luiz Braz e Elói Guimarães, e a todos os demais. O nosso muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para nós, da Câmara Municipal de Vereadores, e para a Mesa Diretora, hoje tão bem representada pelos ilustres Vereadores que usaram a palavra, é motivo de renovação da nossa satisfação com a categoria que hoje é homenageada. Nós já falamos, numa reunião especial que houve nesta Casa, no outro Plenário, há pouco tempo, que esse tipo de transporte é motivo de orgulho para Porto Alegre, porque tem sido motivo de busca não só de cidades brasileiras, como de outros países para verificar como funciona essa modalidade que nós consideramos intermediária entre o transporte individual e o transporte coletivo de massa, como ônibus e metrô.

Para nós sempre é importante poder, num momento como este, repetir que essa experiência de 20 anos possa frutificar, renovar-se, sempre com a participação do Executivo Municipal na pessoa do Secretário Bertotto, agora respondendo pelos transportes, do Prefeito Raul Pont e também desta Casa, de todos os 33 Vereadores. É um trabalho conjugado de esforços para melhorar as condições do transporte, diminuir o número de automóveis e ter, inclusive, alguma vantagem do ponto de vista ambiental.

Um abraço a todos. Agradecemos aos Presidentes, que estiveram aqui representando as entidades, e ao Sr. Secretário.

Vamos encerrar este momento,  suspendendo a Sessão para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h34min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.  Estamos, ainda, no Grande Expediente. Faltam falar os Vereadores Gerson Almeida, Guilherme Barbosa e Fernando Záchia.

O Ver. Fernando Záchia cede seu tempo ao Ver. Cláudio Sebenelo em Grande Expediente..

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. É indiscutível que, apesar dos protestos, das cassandras da oposição que diziam que o Plano Real não ultrapassaria a última eleição presidencial, nesta data do terceiro aniversário do Plano Real, a sua tendência é para uma inflação declinante, sem ter que, para tanto, apelar para manobras heterodoxas de controle dos preços. Houve uma clara estabilização monetária e até uma relativa redistribuição da renda de um país onde a tendência de concentração da riqueza é inusitadamente forte. (Lê.)

“Mais de dez milhões de pessoas passaram a se nutrir e a afinar o número constrangedor de esfomeados que, como nacionalidade, nos acossava. Mais ainda, a felicidade do Plano Real se acompanhou de um desenvolvimento - leia-se: crescimento do PIB - que comemorou cinco anos de taxas positivas. Porém, não o suficiente para suprir as necessidades econômico-sociais de um país.

Não seria lícito esperar que, no início do seu terceiro ano de Governo, todos os problemas estivessem, senão resolvidos, próximos ou mesmo encaminhados para a sua solução? Nos referimos ao desemprego e às desigualdades sociais, desemprego estrutural e desigualdades sociais herdadas. Como atingir um crescimento que atende a esse desemprego e a essas desigualdades sociais? Como atingir um crescimento a uma taxa de 23% do PIB para satisfazer tais exigências, quando hoje conseguimos, a duras penas do Governo Fernando Henrique, chegar aos 16%, até o ano de 1996? Se de um lado a importação de bens de capital origina um déficit comercial, por outro sinaliza o início de um investimento, aumentando a competitividade econômica dinamizando as exportações brasileiras. Por outro lado, é imperiosa a necessidade de implementar reformas que, se não realizadas, conforme estudo da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, o País abdicaria de uma taxa de crescimento aumentado de 3.7%. Isto é, se não passarem as reformas administrativa, tributária e de previdência, o País abriria mão de crescer 3.7%. Há, portanto, um enigma governamental a ser decifrado: ou o crescimento e a desestabilização, ou a estagnação e a estabilização. Esta é a encruzilhada. As reformas são fundamentais para aproximar o Brasil real do Brasil do Real.”

Esses dados foram retirados do artigo do Prof. Rubens Soares de Lima, Presidente da Fundação de Economia e Estatítica, publicado no “Jornal do Comércio” de hoje, e de um artigo de “O Globo”, onde há, inclusive, soluções isoladas que até podem ser muito bem aceitas, como a da criação da CPMF, ainda que temporária, amenizadora das graves nódoas sociais localizadas na área da saúde. Se democracia é igualdade, e se igualdade verdadeira consiste em tratar desigualmente os desiguais, mas na medida inversa de suas desigualdades, isto é, os mais fracos recebendo tratamento mais vantajoso como compensação dessas desigualdades, a área da saúde terá que ter um tratamento especial. Mesmo no caos que se instalou e na ausência de um paradigma, há um novo norte dentro do SUS quanto à saúde, que é vítima da voracidade e utensílio de comércio das grandes corporações internacionais de seguradoras da saúde, movimentando 15 bilhões de dólares. No Brasil, para as companhias seguradoras  internacionais, dinheiro proveniente da classe média e de cem dólares “per capita” do dinheiro público, dentro dessa globalização, a reforma do Estado se desfaz de siderúrgicas, agências financeiras, bancos estatais etc., resultando num novo Estado enxuto, como é o desejo de toda uma população.

 

O SR. PRESIDENTE: O seu tempo já encerrou, Vereador.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Jamais passe pela solução do problema da saúde a sua mercantilização, entregando para a iniciativa privada seus hospitais e fazendo da dor do nosso povo, suas mazelas, suas doenças, objeto da mais vulgar comercialização. A saúde do povo brasileiro não pode ser transformada num bloqueio de negócios. A parceria com a iniciativa privada só poderá servir para subsidiar o SUS, conquista do povo brasileiro, jamais para dizimá-lo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra. Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu também já estava preparado para comemorar, entre aspas, os três anos de Plano Real nesse 01 de julho de 1997, sem dúvida, o mais bem elaborado plano econômico que já tivemos no Brasil.

Sr. Presidente, eu acho que o meu tempo não foi bem marcado porque são oito minutos e só foram marcados cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE: Houve um engano da Mesa, que se desculpa. Vamos descontar um minuto que V.Exa. já falou e devolver o tempo. O Ver. Cláudio Sebenelo falou de três a quatro minutos a mais. Esta Presidência chamou sua atenção várias vezes.

A Mesa devolve o tempo ao Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Eu dizia que não há dúvida de que é um dos planos mais bem elaborados de todos que já tivemos, pelo menos em época mais recente. Mas, passados três anos, acho que já se consegue fazer uma avaliação com mais conteúdo do Plano Real, que começa a mostrar a sua face mais verdadeira, quando a população deixa de estar impressionada pelos resultados imediatos e começa a perceber os resultados de médio e longo prazo.

De saída, o Plano Real conseguiu baixar drasticamente a inflação e esta permanece sendo a sua mais importante vitória, o seu mais significativo resultado. Mas aos poucos o povo brasileiro se dá conta de que reduzir a inflação, estabilizar a economia não é por si mesmo importante no todo, que este fato é apenas um dado para encaminhar algumas questões que são, na verdade, estas sim, mais importantes.

Hoje, o que chama a atenção, e qualquer pesquisa demonstra isso no País, a face mais cruel do Plano Real, é o alto índice de desemprego, como jamais visto neste País. Só na região metropolitana de Porto Alegre são 218 mil desempregados. Se nós multiplicarmos isso por quatro ou cinco pessoas que são impactadas pela perda do emprego, nós verificamos que vamos chegar, praticamente, de 800 a um milhão de pessoas. No Brasil, segundo os dados da Universidade de Campinas, foram perdidos, na época do Plano Real, 733 mil empregos, quando devíamos estar criando um milhão de empregos por ano para absorver os jovens que chegam ao mercado de trabalho. Perdemos, em três anos, 733 mil empregos. Como recuperar isso? O que fazem essas pessoas: vão para o mercado informal ou vão para a violência? E além do mercado informal, temos o que chamamos de precariedade no emprego - o emprego sem carteira assinada, o emprego sem direitos sociais. É um fato concreto que não há como responder. Temos também, e o Tribunal de Contas da União trouxe dados sobre isso, a redução de investimentos em políticas sociais.

 Há pouco tempo, o Ver. Sebenelo dizia que nunca houve investimento na saúde como agora, mas nesse momento ele trouxe um dado que considerei importante: que, para sair da situação em que estamos hoje, o Governo Federal vai precisar investir muito mais em saúde, garantir  o SUS - e essa foi a parte do discurso que gostei muito - e procurar fontes de investimentos que sejam permanentes, que sejam fomentárias e até podem vir da iniciativa privada, mas como complemento do SUS, para garantir o atendimento a todos indiscriminadamente no Sistema de Saúde.

Mas temos outras questões que o Governo não consegue responder. Temos, sim, a questão da dívida externa, que ao entrar o Governo Fernando Henrique era de cerca de 140 bilhões de dólares, o que já era um número, sem dúvida, exorbitante, e agora está na casa de 177 bilhões de dólares. Em três anos aumentou em 37 bilhões de dólares, e temos pago por ano cerca de 12 bilhões de juros. Vejam os Senhores o que um governo poderia fazer com 12 bilhões ao ano! E estamos pagando isso de juros da dívida externa! E, além disso, tem toda essa questão do PROER. O caso mais recente é o do BANERJ. O Governo Federal passou cinco bilhões de dólares para cobrir a dívida do BANERJ e depois vende o banco para o Banco Itaú por apenas 300 milhões de reais. Quer dizer: o dinheiro público cobre cinco bilhões de dólares na parte podre do banco e vende o resto do banco por 300 milhões de dólares. Como podemos explicar isso? Eles dizem que estamos com a modernidade chegando, mas a modernidade que chega ao País e ao Estado do Rio Grande do Sul é a que vimos, há pouco, nas tarifas telefônicas aumentadas em 270%. Isso significa aumentar em 3,7 vezes. Assim, o Governo faz as vezes de Robin Hood ao contrário, porque aumentou a tarifa básica e a ligação local e diminuiu a ligação interestadual e internacional. Imaginem o “Joãozinho” da vila mais pobre da Cidade ligando, quem sabe, para a Inglaterra porque a tarifa baixou! Mas eles dizem que qualquer cidadão terá acesso a telefone e que o telefone vai ter logo ali. É capaz de ter mesmo. Na Argentina, dizem, tem telefone ligado três dias depois de comprado, só que ninguém consegue pagar a conta no final do mês. Durante anos, vários anos, o Governo Federal manteve as tarifas públicas atrasadas, principalmente no que se refere a dívidas de telefonia e de energia elétrica; quando ele se prepara para privatizar, privatiza de uma forma parcial, como é o caso da CRT. A tarifa vai lá em cima, porque isso privilegia os grupos privados e internacionais.

Essa é a modernidade, Senhores, esse é o Plano Real. Mas a população, o povo, se dá conta. Não é à toa que as pesquisas mostram uma queda permanente de Fernando Henrique Cardoso. Aquela  unanimidade forjada na grande imprensa, criada na marra, começa a cair por terra. As pesquisas estão mostrando isso.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouvi atentamente o seu exame e fico espantado. Não sei se lhe passou despercebido: V.Exa. não falou sobre a dívida interna e a velocidade com que essa dívida aumenta. A dívida interna era de 90 bilhões de reais; hoje, é de 270 bilhões de reais. A velocidade com que ela aumenta é assustadora. Todos economistas do Brasil estão em palpos de aranha, não sabem como explicar isso.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Muito obrigado, Vereador. Um relatório do Tribunal de Contas da União do ano de 1996, comparado com o ano de 1995, revela que o Governo Fernando Henrique Cardoso gastou menos com a área social. Além da redução de 51,86% em saúde e saneamento, houve queda de 42,48%  na assistência e previdência; 12,55% na educação e cultura e 0,41% no desenvolvimento regional; habitação, nada, ou quase nada; no Estado, com certeza, zero.  Viva o Plano Real, Senhores! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o irônico “viva o Plano Real”, usado pelo Ver. Guilherme Barbosa para concluir o seu pronunciamento, fez com que eu falasse agora  da tribuna.

S. Exa., diante de um fato incontestável, que é o sucesso que o Plano Real teve como seu objetivo primeiro, que era a estabilidade econômica, traz à tribuna argumentos controversos na busca da redução do sucesso obtido por esse programa de estabilidade econômica, cujo término já foi inúmeras vezes anunciado pelas oposições, que ano após ano dizem que o Plano Real vai terminar na próxima eleição. Ninguém, há quatro anos, poderia imaginar que este País, um dia, pudesse ter uma estabilidade econômica e que o processo inflacionário mensal não alcançasse sequer a um dígito. Nós vivíamos em uma época em que tudo era ficção, era irrealidade, tanto que nem a nossa moeda era considerada para qualquer efeito. Tínhamos que criar os eufemismos da ORTNs, das OTNs e outros índices paralelos, como UFIR etc, porque o nosso padrão monetário não representava absolutamente nada. Agora, diante desse indiscutível acerto da política econômica do Governo Fernando Henrique, acreditando-se que esse sucesso fosse possível apenas por passe de mágica e que alguns acidentes de percurso não pudessem ter ocorrido, a oposição brada argumentos e volta-se especialmente contra o Plano Real na tentativa de demonstrar que os acertos são feitos em cima de comprometimentos de recursos públicos.

Colocamos, reiteradamente, que o que foi feito com os programas de recuperação dos bancos foi, sobretudo, para salvaguardar a poupança pública brasileira, que era o que estava em jogo naquela ocasião. O que conseguiu o Governo Federal: que aqueles que eram depositantes do Banco Econômico, do Bamerindos e outros tantos, que haveriam de ser vítimas não o fossem e tivessem preservadas as suas poupanças. O que fez o Governo Federal com essas atitudes foi impedir que os brasileiros que eram clientes desses bancos não tivessem a má sorte que tiveram os gaúchos, que tiveram 40% da sua poupança praticamente confiscados com o problema do Sulbrasileiro. Ora, nós que vivemos aqui, no Rio Grande, a desdita do Sulbrasileiro, da Habitasul, do Maisonave, nós, desde o Banco Pelotense, estamos vacinados sobre esse aspecto. Sabíamos, e sabemos, o quanto representaria uma omissão do Governo Federal nesse particular.

Por isso, estou na tribuna dizendo que o “viva o Plano Real” tem que ser sincero, e não irônico. Tem que ser o reconhecimento de uma nação que viu um verdadeiro milagre: o milagre da estabilidade econômica. Sabemos que não se faz omelete sem quebrar ovos, e alguns ovos foram quebrados - alguns ao desagrado daqueles que teimam em encontrar no Plano Real fissuras pelas quais possam justificar o seu antagonismo. Falta-lhes a sinceridade de dizer que o Plano Real só é ruim para o PT porque ele é a garantia de que o Fernando Henrique vai continuar na Presidência da República, pois vai garantir o Plano Real. E com ele está o povo brasileiro e para isso mesmo conta com o seu apoio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Sr. Vereadores, com a palavra, o Ver. Clovis Ilgenfritz, que vai usar o tempo de Presidência.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje é o último dia de Sessão do primeiro semestre. Peço cinco minutos, em nome da Mesa Diretora, de seus seis componentes, em nome de todos os Diretores da Casa: Diretor-geral, Adalberto Heck, da Diretora Administrativa Sônia Pinto, do Diretor do Patrimônio e Finanças Luiz Afonso de Mello Peres, da Diretoria Legislativa, Inês Haffner que, em conjunto com as procuradoras Marion Hus Marrone Alimena, e demais procuradoras está fazendo um trabalho magnífico. Falo, também, em nome das Chefias da Casa, em nome dos Servidores, e de nós, Vereadores, para dizer que temos grande satisfação em passar às mãos dos Vereadores, hoje, quando completamos seis meses de mandato na  Direção da Casa, o que foi feito num esforço coletivo das diretorias, das chefias, dos servidores de cada Setor da Casa, elaborássemos o chamado "Plano de Ação da Câmara".

 Este " Plano de Ação - Câmara 2.000, gestão 97 " consiste numa proposta que colocamos no nosso discurso oficial do dia 1º de janeiro. Claro que voamos alto. Nem sempre conseguimos chegar onde queríamos, mas  que chegamos bastante longe, usando a experiência já de nove anos da Casa, de quatorze anos como  Assessor da Casa, e também a experiência que vivemos na Mesa com outros Ilustres Presidentes e Dirigentes desta Casa, durante 5 anos. Achamos que era importante traçar um Plano de Ação, já que era o primeiro Presidente de uma nova Legislatura, que pudesse dar uma partida para esta Legislatura. Respeitando absolutamente a independência, a autonomia dos próximos Presidentes e Dirigentes da Mesa, elaboramos, na gestão 97, o" Plano de Ação - Câmara 2.000, Gestão 97". Este Plano de Ação estará sendo entregue aos Srs. Vereadores, pela nossa Assessoria. Este Plano de Ação, que teve a participação, como eu disse, de todos os Setores, nos últimos momentos,  foi coordenado pela Coordenadora geral da Assessoria Técnica Parlamentar Carmem Ribeiro. Também teve a assessoria dos nossos competentes Assessores Lídia Ferreira e Paulo Soares, do meu gabinete; em especial, o Diretor-geral Adalberto Heck, da Diretora Administrativa  e dos demais Diretores que eu já falei.

Srs. Vereadores, que estão recebendo o " Plano de Ação Câmara 2.000-Gestão 97",  tudo o que está proposto aqui foi absolutamente discutido. Pode faltar alguma coisa, não está isento de erros, mas, na verdade, nós queremos somar com os Vereadores, no segundo semestre, para realizar as metas que ainda não foram realizadas. E, aqui, eu falo para a Imprensa, presente, estamos entregando o " Plano de Ação Câmara 2.000 -Gestão 97", agora, dia 30 de junho. Nós vamos entregar um Relatório, nesta semana, com 50% das metas aqui propostas concluídas. Isso, para nós, é um motivo de grande orgulho, porque não é obra do Presidente e nem só da Mesa, é obra de todos os setores: da área de Comunicação, de  Relações Públicas, de Obras, que estão dentro das Diretorias que nós já citamos, da Assessoria Técnica Parlamentar e assim por diante. Então, queremos deixar claro, o que estamos propondo tem só uma finalidade que está escrita em um cartão que mandei pessoalmente aos Srs. Vereadores. O Plano é de todos e pela valorização do Legislativo Municipal de Porto Alegre. A idéia que queremos desenvolver é a de que se prossiga nos anos de 1998, 1999 e 2000 mil com outros planos de gestões, mas sempre tendo em vista valorizar esse trabalho proposto. Esse trabalho tem alicerce em uma tradição da Câmara de muito anos e de acordo com outras direções anteriores.

Por outro lado, tenho uma outra notícia. O Diretor-Geral veio aqui exultante, com uma alegria que diria juvenil, para me dizer que os novos computadores Pentium chegaram. Eles já estão na Casa, Ver. Nedel, e serão instalados, brevemente, nos gabinetes. Comunico a V.Exa. que, durante o mês de recesso, estaremos iniciando as obras nos gabinetes que constituem, basicamente, na reforma dos pisos, painéis  divisórias e acabamentos de pintura. Também serão efetuadas as reformas dos banheiros de toda a Casa, inclusive para adaptá-los às condições dos deficientes físicos, e nisso o Ver. Paulo tem - nos ajudado muito. Estamos iniciando as obras externas, de acabamento de fachadas, e de todo um projeto piloto externo que temos certeza  que será  importante. Estamos iniciando obras para garantir a segurança do nosso prédio. Aos funcionários da Casa :amanhã, estará sendo paga a primeira parcela do décimo-terceiro salário. Pagamos o salário do mês de junho adiantado, no dia dezenove, e logramos os assaltantes que pensaram  ser no dia 23. Espalhamos a notícia do dia 23, mas pagamos no dia dezenove. Já mandamos fazer um reforço em todas as portarias para o dia de amanhã, a pedido, inclusive, do Ver. Pedro Américo Leal em função do pagamento.

 

O Sr. João Dib: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente. Eu sempre incomodo. Eu quero saber como ficou o problema dos assessores dos Vereadores, que eu coloquei para que a Mesa da Câmara assumisse o meu Projeto de Resolução, ou não.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: O problema dos assessores está sendo estudado no conjunto das medidas - e vai estar no Relatório que vamos entregar, dentro de 48 horas, a todos os Vereadores - do plano que está sendo feito para a modificação do Regimento da Casa. E também algumas questões de Plano de Carreira estão sendo estudadas, que serão motivo de discussões  logo no início do mês de agosto. Para não dizer que na Ordem do Dia de hoje já tem um projeto que faz parte das pequenas, breves modificações do Plano de Carreira, que estão sendo colocadas para regulamentar um problema que vem sendo reivindicado pelo pessoal da mimeografia, a questão da insalubridade.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. já deve saber o que eu vou dizer. E o Plenário desta Casa? Quando é que nós vamos para lá? Nove vezes eu vou ver a reabertura dos trabalhos, quatro anos e meio, e eu nunca vejo aquele Plenário em condições de trabalho! É uma coisa fantástica! Um mistério  tremendo que existe nesta Casa. Eu não posso vislumbrar, quando nós vamos ter o Plenário, Sr. Presidente?

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Tivemos vários percalços nesta questão, Ver. Pedro Américo Leal, já lhe falei. Ontem, dia 29, foi aberta a licitação definitiva e a firma habilitada apenas tem que complementar alguma documentação para que dê sinal de abertura imediata das obras. Já foi contratado um engenheiro especialista, de primeira qualidade, para acompanhar as obras do som do Plenário e toda a sonorização da Câmara. Assim como também está contratado um projeto de sinalização interna da Casa.

O Sr. Cláudio Sebenelo: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, eu quero lhe fazer um  pedido pessoal, mas tenho a certeza de que falo em nome de todos os Vereadores, que pelo menos o WC dos Vereadores seja limpo pelo menos uma vez por mês, porque em vez de a gente sujar o WC é o WC que suja a gente. Pelo menos isso. Não estou fazendo isso como uma coisa jocosa. É um pedido formal.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Vereador, tivemos problemas sérios. Não quero tomar o tempo de todos neste momento. A limpeza é feita diariamente, duas vezes por dia, e, assim mesmo, está sujo, porque as pessoas, por vandalismo, por não sei o que, estão sujando os nossos sanitários, a ponto de, numa reunião de Mesa, o Ver. Reginaldo Pujol, que sempre mantém sua fleuma inglesa, o que é muito elogiável, estava enraivecido com o que aconteceu num fim de semana, numa segunda-feira na nossa Câmara. Não conseguimos detectar os culpados. Temos no plano de segurança da Câmara encomendado para São Paulo cabines para o acesso à  Câmara para proteção da população que usa a Câmara decentemente. Serão instaladas, e teremos, inclusive, cartões magnéticos para o funcionalismo. Já estão sendo confeccionados,  para diminuir a entrada de pessoas com essas intenções em lugares onde não é necessário.

Quando estiver pronto o projeto V.Exa. poderá  entender melhor tudo o que quero dizer. É um conjunto de medidas na área das obras, na área administrativa. Existem vários cursos na Câmara sendo ministrados quase que simultaneamente na área administrativa e na área de patrimônio, como foi feito na área legislativa. Está escrito no Relatório.

Para finalizar, temos a satisfação de ler  portaria que está designando - como tínhamos dúvidas e as pessoas começaram a comentar que as coisa não funcionam -, fizemos uma portaria, embora quiséssemos fugir disso, mas fizemos porque achamos que era para valorizar a equipe dos Vers. Cyro Martini, Pedro Américo Leal, do atual assessor Leão de Medeiros, ex-vereador, dos assessores Antônio Jorge Cardoso de Lima, Chefe de Segurança e do assessor Carlos Fernando Aragonês de Vasconcelos, Chefe do Serviço de Portaria, que vão constituir um grupo de trabalho com a finalidade de estabelecer medidas que visem dar maior segurança a este Legislativo, isso não quer dizer que as medidas  não estejam sendo tomadas pela Mesa com a anuência dos atuais membros da Mesa, com a experiência do Ver. Isaac Ainhorn e de outros colegas de Mesa, no caso também o Ver. Reginaldo Pujol. O que a gente acha importante é que essa Comissão realmente estabeleça um Projeto que seja abrangente para a segurança em todos  os níveis, não só a entrada e saída de pessoas mas  outros aspectos que estão sendo motivo, hoje, de uma Comissão de Inquérito dentro da Casa. Há  três Comissões de Sindicância e uma Comissão de Inquérito sobre a questão de segurança, sobre roubo que houve nesta Casa. Agradeço, desculpem-me tomar tanto tempo, na verdade é que nós da Mesa, a Direção e funcionários desta Casa, nos orgulhamos do que está sendo feito, motivo pelo qual hoje, dia 30 de junho, antes que termine o primeiro semestre estamos entregando o plano, com a promessa de um Relatório que vai mostrar que, em torno de 40%, 50% das metas do Plano de Ação, já foram vencidas. Era isso, muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o pedido de licença para tratamento de assuntos particulares do Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra em Comunicação de Liderança.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores presentes. Quem tiver o cuidado de verificar as atitudes tomadas pelos políticos que formam o Partido dos Trabalhadores, em todos os níveis, verificará com facilidade que o Partido vem perdendo o discurso gradativamente. Aos poucos, diante da realidade brasileira, o PT já não pode usufruir da palavra demagógica e fácil de simplesmente agredir e criticar a todos e a tudo. Afinal, o próprio PT, que sempre foi oposição, por não governar qualquer estado ou município, passou a ter que conviver com o poder e ter a obrigação de decidir como todo governante, ou seja, dentro dos limites impostos pelos minguados orçamentos, normalmente desgastados pelo época em que a inflação absurdamente destruía a economia brasileira. Pois, bastou que o PT chegasse ao poder para verificar que a oposição por oposição não pode ser exercida impunemente. Criticar quem dirige é fácil. O difícil é dirigir e aceitar as críticas. 

Colocado na encruzilhada entre a crítica e o poder, o Partido dos Trabalhadores vem perdendo o seu discurso. Ou seja: não é possível criticar aqui o que o PT, dirigente, faz logo ali adiante. E foi ...

Solicito silêncio, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Vera. Sônia Santos e Vera. Maria do Rosário, a Vereadora que está na tribuna está reclamando da conversa.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: É propositalmente a coisa. Corrija o tempo, por gentileza, Sr. Presidente. Não foi assegurado o tempo, Sr. Secretário. Correu o tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: O tempo será descontado. V.Exa. tem todo o seu tempo garantido.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sou grata, Sr. Presidente. Colocado na encruzilhada entre a crítica e o poder, o Partido dos Trabalhadores vem perdendo o seu discurso, ou seja ...

 

O SR. PRESIDENTE: Vera. Anamaria Negroni, a Mesa assegura seu tempo enquanto fornece Questão de Ordem à Vera. Maria do Rosário.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, eu abro mão da minha Questão de Ordem. Não entendi por que a Vereadora parou.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece e devolve a palavra a V.Exa.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, eu gostaria que V.Exa. se manifestasse a respeito das interferências que estão ocorrendo na platéia.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede que a platéia não faça nenhuma manifestação nem de voz, nem de gesto, porque a oradora que está na tribuna tem que ser respeitada, conforme manda o Regimento.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Os apartes anti-regimentais continuam. Assim fica difícil, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós solicitamos também aos Srs. Vereadores que estão fazendo apartes anti-regimentais que não o façam. Caso contrário a Mesa será obrigada a suspender momentaneamente os trabalhos, até que se restabeleçam as condições para que a oradora possa falar com toda a tranqüilidade.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Está correndo o tempo, as pessoas estavam saindo se manifestando. Eu estou aqui parada, aguardando. Está totalmente prejudicado o meu discurso.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai restabelecer a V.Exa. o tempo de três minutos. Vamos-lhe conceder 50 segundos de perdas, se isso lhe convém.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sou grata, Sr. Presidente. O Partido dos Trabalhadores vem perdendo o seu discurso, ou seja, não é possível criticar aqui o que o PT, dirigente, faz logo ali adiante. E foi exatamente por não ter saída para o problema que o PT passou a adotar uma tática que, felizmente, já não é desconhecida do povo brasileiro.

Aqui, no Rio Grande do Sul, por exemplo, o PT quase enlouqueceu, criticando o Governador Antonio Britto por criar o Plano de Demissões Voluntárias - PDV. Tentou, igualmente, de todas as formas, boicotar a instalação da GM, inclusive, não participando da votação do Projeto na Assembléia Legislativa. Mas diante das notícias de que o Governador Vítor Buais do PT, do Espírito Santo aplicaria o PDV, os dirigentes petistas, em nível nacional, anunciaram aos quatro ventos que o mesmo seria submetido a uma Comissão de Ética e provavelmente expulso do partido.

O mesmo aconteceu com o Prefeito Daniel Bordignon, de Gravataí e do PT, que acolheu a GM e ofereceu incentivos fiscais muito melhores que os demais municípios que estavam concorrendo. " Tem que ser expulso." - gritavam os petistas, com relação a Bordignon. E foram para os jornais, rádios e televisões, anunciar que tomariam atitudes radicais contra os dois governantes. Gritaram, pintaram e bordaram e fizeram sabem o quê? Absolutamente nada. Ninguém foi expulso e não se fala mais nisso, ou seja, o governador Antonio Britto está a serviço do neoliberalismo ao propor a demissão dos servidores públicos. Já o Governador Buaiz, que fez a mesma coisa para poder salvar o Espírito Santo do caos, passou por uma Comissão de Ética, foi julgado e como o PT sabe que a solução está no PDV, Buaiz continua lá, governando e aplicando o Plano de Demissões.

Identicamente o Prefeito Bordignon, que não é maluco, recebeu a GM, ofereceu incentivos, foi aplaudido pela população e julgado pelo PT. Conclusão, segue na Prefeitura de Gravataí e está feliz da vida com a GM. E deixou o PT sem discurso. O que é muito ruim para o Rio Grande do Sul é muito bom para Gravataí, na a visão do PT.

O mesmo ocorre com o Governador Cristóvam Buarque, do Distrito Federal. É o PT sem discurso e sem argumentos, Senhoras e Senhores. Grita, esperneia, ameaça, faz um carnaval pela imprensa, "só para inglês ver". Mas aceita todas as regras adotadas pelos adversários, desde que, é claro, essas regras acabem beneficiando alguma administração petista. Ou será que alguém já foi expulso do PT, por adotar medidas que contrariem "a maneira medida  de  governar?"  Na hora de discursar tudo é diferente. Na hora de governar, são todos iguais.

Partido dos Trabalhadores, chega de enganar o povo! Como diriam os gaúchos gaudérios: “PT seja macho e expulse imediatamente esses políticos que  estão agindo como neoliberais, ou então; calem-se para sempre!” Muito grata.

 

(Revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela aos Srs. Vereadores porque ainda temos uma tarde longa pela frente.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já tive a oportunidade de alertar a Vereadora que  expressões machistas da tribuna não são adequadas. Esta Casa tem uma tradição de luta pela igualdade. Então, quando a Vereadora disse "Seja macho, e lute contra isso e a favor daquilo," é uma atitude absolutamente contrária aos direitos de igualdade. Portanto, tem que ser retirado. É um pronunciamento ridículo, absurdo, machista.

 

O SR. PRESIDENTE: As questões precisam ser definidas para darmos continuidade aos trabalhos. Ver. Cláudio Sebenelo, vou conceder Questão de Ordem a V.Exa. e digo-lhe que a Vera. Anamaria Negroni falou quase oito minutos porque a Mesa não quis interromper o seu discurso.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Os três minutos retirados do Ver. Sebenelo, ficou para a Vera. Anamaria. Quero dizer que não vejo autoridade em nenhum Vereador para pautar a cabeça dos outros. Cada um tem o direito de dizer o que quer, é responsável pelo que quer e pensar aquilo que quiser. Se isso não agrada a um ou a outro Vereador...

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, isso não é Questão de Ordem.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: (Requerimento) Vou solicitar à Comissão de Justiça que se pronuncie sobre esse termo, porque me parece que é, absolutamente, contra a lei no Brasil, que sejam utilizados termos desse quilate. Portanto, estou solicitando, formalmente, que a Comissão se pronuncie sobre a legalidade do uso desse tipo de expressão na tribuna da Casa, assim como outras expressões que a Vereadora já usou e que de fato depõem contra a presença da mulher neste Parlamento. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, recebendo o Requerimento de V.Exa., encaminhará prontamente para a Comissão de Constituição e Justiça.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Não me parece ser da Comissão de Justiça o saber se a expressão machista é regimental ou anti-regimental. O que é importante é que o Vereador tenha a humildade de saber que, assim como ele erra, os outros podem errar também; e assim como os outros acertam, ele pode acertar também, e que pautar patrulhamento ideológico não é aceito aqui na Câmara.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa doravante promete para o mês de agosto que não vai mais aceitar essas questões paralelas. Não é Questão de Ordem, não pode ser discutida dentro do Plenário. As pessoas têm que tirar suas diferenças dentro do Regimento ou fora do Plenário.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha luta para ir ao Plenário propriamente dito, porque isto não é Plenário, está hoje exemplificada e demonstrada na tarde que passamos e vivemos aqui. É difícil à Mesa controlar um Plenário pequeno, acanhado. Muitas Câmaras Municipais de municípios do interior são melhores providas do que esta. As galerias estão silenciosas. Falam os Vereadores, levantam-se, tumultuam. A Mesa tem dificuldade de controlar. As Questões de Ordem são pedidas a todo o momento. É difícil se manter uma Sessão em bom clima. O senhor Presidente está falando agora, por exemplo, porque ele tem que se desvencilhar das questões que lhes são entregues para que ele as resolva quase que imediatamente. Eu acho e tenho dito isso ao Presidente, Sr. Clovis Ilgenfritz, que eu necessito ver, antes de terminar a minha Legislatura, a minha despedida, e irmos para o Plenário. Que mistério é esse que encerra esta Casa, praticamente contida aqui neste canto da Câmara Municipal, sem que ela possa transportar-se para o grande Plenário? Mas não é este o assunto que me traz aqui, eu apenas desabafei porque é conveniente que se faça assim.

Eu queria dizer aos meus colegas, com o perdão do Ver. João Nedel e do meu amigo, Ver. Eliseu Sabino, de que uma propaganda de televisão tem me revoltado e não sou daqueles católicos mais fervorosos. Mas é impossível de assistir aquela propaganda, a qual todos aqui devem tê-la presenciado. Um sacerdote, no momento da elevação, momento sagrado da religião católica, ao oferecer a hóstia para os seus fiéis, repentinamente, deposita uma pílula, uma pastilha na língua de determinado adepto. Ora, isto não é possível de aturarmos, a Câmara Municipal tem que dizer não. Não sou de fazer Moções, nunca fiz como Deputado nem o farei como Vereador, mas até apelo  a algum colega meu, que seja mais dado a Moções, para que faça uma Moção de Repúdio a essa propaganda ultrajante, humilhando o Sacramento. Como é que se pode presenciar sem que a Câmara Municipal de Porto Alegre diga um basta? Não, isto não. Não aturamos isso. Como é possível se presenciar, é uma propaganda rica, exuberante, um Sacerdote muito bem posto, com todo o aparamento religioso, tocando um hino sacro e que, repentinamente desfilam aqueles adeptos, aqueles crentes e ele deposita uma pílula, uma pastilha na língua daquele que esperava a hóstia. Ele até fica surpreso ao ver que, em vez de hóstia, o sacerdote lhe coloca, na língua, uma pastilha.

Não quero declinar qual é o problema exibido, mas essa propaganda está nas televisões de toda a Porto Alegre, de todo o Rio Grande, de todo o Brasil, creio eu, porque é uma propaganda por demais rica para ser editada somente em Porto Alegre.

A Câmara Municipal, por meu intermédio - eu peço para falar em nome dos 33 Vereadores -, faça uma moção verbal de repúdio a essa ultrajante propaganda, que domina a televisão do Rio Grande do Sul e que a todo o momento é mostrada. Ela fere o sacramento do religião católica. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu, hoje, abdiquei de falar no período de Grande Expediente, para o qual estava inscrito, para que nós pudéssemos acelerar a Sessão e votar alguns requerimentos e projetos que precisam ser votados nesta Casa ainda no dia de hoje. Nós estamos, desde as 9 horas em Sessão e na véspera da abertura do recesso. No entanto alguns pronunciamentos, atacando diretamente o Partido dos Trabalhadores, obrigaram a que, em nome do Partido, eu usasse o tempo de Liderança.

Naturalmente, eu não vou responder ao nível e à altura de algumas das colocações feitas ao nosso Partido, porque me parece não ser adequado assim fazê-lo. No entanto, quero lembrar, no rastro do Ver. Pedro Américo Leal, que falou numa propaganda, uma outra propaganda. Quero que ela ilustre o meu comentário sobre o tipo de política que se faz hoje, predominantemente, no País.

Há o comercial de um determinado partido que, ao defender a Reforma da Previdência, estabelece um diálogo entre pai e filho. O filho, com alguns argumentos, facilmente, convence seu pai de que é bom para o Brasil, para todo mundo, para os filhos, para o futuro, aprovar a Reforma da Previdência. Ao final daquele comentário, a câmera se abre mais, não fica só no plano do pai e do filho e mostra a casa daquele pai e daquele filho, aí fica evidente a empulhação que é tentada colocar ao povo. Vejam a casa que mora aquele aposentado, imaginem, se mais do que 1 ou 2% dos aposentados brasileiros tem uma casa, um palacete como aquele.

Ora, Senhoras e Senhores, é assim que se faz política, hoje, no nosso País, mudando a realidade, transformando a realidade e querendo nos convencer que estamos numa maravilha, que a inflação acabou, que milhões de pessoas saíram da faixa de pobreza, que se come mais, se veste melhor.

A população está sendo enganada, é eles que estão errados, a realidade é outra que nós não vemos, porque nos mostram que está todo mundo feliz, que não há desemprego, não há miséria, não há 60 milhões de excluídos, como o próprio Presidente da República disse: "O modelo atual exclui 60 milhões". Disse isso e tomou champanha, o mais fino possível, pois estava numa grande conferência.

Mas, há pessoas mais realistas do que o rei - porque o rei diz que há 60 milhões que vão ser excluídos pela atual reestruturação capitalista chamada globalização - que dizem que isto não é verdade. Prefiro ficar com a colocação feita pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, apesar das radicais diferenças que temos, por ter caído hoje nos braços da oligarquia e da direita mais tradicional que este País já teve, que sequer é uma direita moderna, é a velha direita dos coronéis, sustentada pela oligarquia latifundiária e reacionária.

 

(Apartes  paralelos.)

 

O Ver. Pedro Américo Leal não é a velha direita. Ele, daqui desta tribuna, dezenas de vezes nos mostrou que é uma direita civilizada, séria, que tem um projeto nacional para o País. Gostaria que toda a direita brasileira estivesse à altura do Ver. Pedro Américo Leal, porque assim dá para debater, dá para discutir, porque são projetos que estão em disputa e não uma desqualificação que rebaixa o debate e transforma a política num exercício de enganar todos o tempo todo. É contra essa política que nós nos rebelamos, porque não somos aqueles que sabem tudo, que sempre acertam. Ao nosso Partido, pode haver mil críticas, mas é constituído por um projeto e procura, onde é governo, exercê-lo, fazendo da política uma disputa de projetos e propostas e não um simples conluio de interesses particularistas que coloquem o estado e o público a serviço do privado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra em tempo de Liderança.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não ia usar o tempo de Liderança, para que pudéssemos avançar nos projetos concretos que ainda temos em Pauta neste dia, mas  nós enveredamos, de forma positiva, aqui no Plenário, para algumas discussões que são políticas, como, por exemplo, a política da Casa, apresentada pelo Presidente, Projeto muito interessante, que chegou ao Plenário, temos, também, uma questão ideológica sobre a propaganda, trazida pelo Ver. Pedro Américo Leal e a polêmica sobre a questão feminista, que se instituiu a partir da declaração da Vera. Anamaria Negroni, colocada aqui pela Vera. Maria do Rosário.

 Acho importante trazer aqui, preliminarmente, uma reflexão sobre uma questão política que tem ocupado este Plenário, pois é importante que nós possamos  refletir sobre ela. Para que nós possamos entender isso é preciso que nós tenhamos claro que esta Casa, na sua história, não chegou a ter 10% da representação feminina, é isso que tem-se colocado, na média ou acima da média, da representação política da população neste País. Neste momento, do ponto de vista da história, é a maior representação que as mulheres já tiveram e, talvez por isso, algumas atuem, ainda, com algumas dificuldades no mundo da política parlamentar para compreender o mandato parlamentar feminino como um mandato com os mesmos direitos, com as mesmas responsabilidades políticas que tem o conjunto dos Vereadores.

Eu acho que foi extremamente infeliz a imagem trazida aqui pela Ver. Anamaria Negroni. Digo isso de forma fraterna , mas é essa a avaliação política que faço. Assim como também acho que tem sido infeliz alguns procedimentos da Mesa desta Casa em relação ao nosso mandato, talvez, fruto de uma tentativa de descaracterizar a representação política feminina no País. Isso é fruto de uma concepção extremamente machista onde o espaço público é historicamente delegado para os homens e um espaço particular é delegado para as mulheres. Neste final de século, é importante que compreendamos que tanto a representação pública quanto a particular podem ser exercidas por ambos os sexos. Algumas iniciativas são tomadas de forma espontânea pela Ver. Teresa, como vir à tribuna e  colocar reuniões, ou na imprensa, fazer uma avaliação que não nos favorece, nem quanto à representação feminina, nem quanto à representação nesta Casa, porque o fato de ser colocada a imagem à sociedade de que temos que fazer um coral, eu acho que cria uma diferença na nossa representação. Todos os homens e todas as mulheres podem cantar, parabenizar e fazer seus votos de congratulações aos aniversariantes, mas é importante trazer essa discussão aqui porque são pequenos fatos políticos do cotidiano que consolidam a posição colocada por um Vereador de que haja mandato com mais poder ou menos poder. Eu acho que essas podem parecer questões secundárias, mas vão consolidar uma representação diferenciada. As mulheres precisaram "gramar" 100 anos  discutindo se tinham o direito a votar ou não neste País.  Não sei se os presentes aqui sabem, mas  um  dia uma mulher teve a "ousadia" de dizer que a mulher poderia votar e depois essa discussão foi ao Congresso Nacional. Foi garantido o direito de voto feminino e  a discussão que se colocava é que o voto das mulheres estava ligado ao andamento das famílias brasileiras.

Então, essa  é a história tradicional do preconceito majoritário da sociedade e nós, as mulheres, daqui a alguns anos, no mundo do parlamento, teremos o reconhecimento público da população de Porto Alegre e, por isso, temos que ter cuidado com a nossa representação.

Uma pesquisa americana mostrou que as mulheres, para conseguirem espaço como o homem, no campo profissional, ela tem que ser duas vezes e meia mais competente do que o seu concorrente. É importante -  porque nós estamos neste dia terminando a primeira fase de uma nova Legislatura - trazer, sim, para a Tribuna essa questão. Essa questão é ideológica, é uma questão feminista e, consequentemente, é uma questão política. Para encerrar, Sr. Presidente, eu queria apenas dizer que essa preocupação é legítima, e  tem que ser trazida aqui de uma forma fraterna, responsável. Eu queria dizer que a Comissão de Educação e Cultura desta Casa sugeriu uma reunião para discutir a representação feminina, a representação da mulher na mídia e a primeira reunião que nós propusemos teve a participação de 47 entidades. Criou-se, a partir daí, um fórum nesta Cidade para se discutir isso. É um exemplo concreto, sobre a questão da representação dos homens e das mulheres que, para ser realmente igualitária, ela vai ter que avançar, e muito, nessa discussão. Espero que nós, juntos, mulheres e homens Vereadores, tenhamos abertura para discutir isso e conversar com a sociedade que, para ser democrática, tem que ser também ser igualitária. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. TEREZA FRANCO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero dizer que cantei o "Parabéns" aos Vereadores porque o Sr. Presidente da Casa me convidou e também porque sabe que eu canto e faço "shows". Eu sei que aqui não é lugar de "shows", mas eu não poderia deixar de prestar esse carinho, sendo seu o pedido. Tenha certeza de que isso jamais se repetirá. Quero deixar isso claro. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu acho que as questões devem ser avaliadas politicamente. Este Presidente, abriu esse espaço, -  antes de nós fazermos a chamada para entrar na Ordem do Dia -, à Vera. Clênia e eu peço licença a V.Exa., porque eu fui citado no seu discurso e me sinto na obrigação de esclarecer perante todos os Vereadores. Se a Vereadora não puder prestar atenção, considero um  problema que se agrava .

Veja bem, Vereadora, os seis membros desta Mesa, a Presidência, foram citados. Eu assumo a responsabilidade, porque a Ver. Teresa Franco manifestou que deveríamos cantar o "Parabéns a Você", não sei se V.Exa. estava na primeira vez. (Aparte paralelo) Não, a Ver. Maria do Rosário vai ter que ouvir, porque não dá para nós falarmos e depois, as coisas ficarem assim. A verdade é que nós temos tido não só o respeito, como interesse de fazer com que essa posição da nossa Câmara seja igualitária, nunca pensei se era mulher ou homem que iria cantar, porque foi a Vereadora quem propôs o coral, quando foi para a tribuna.

Agora, veja bem, Vereadora, é tão pequeno isso! É pequeno, nesse caso, é pequeno, e eu não aceito. Eu não aceito e pronto. Façam o que quiser. Essa crítica eu não aceito, porque eu trabalhei com a consciência construtiva, respeitosa para com a Vera. Teresa Franco e para com as demais Vereadoras da Casa. Isso passa a ser uma coisa meio impertinente, se me perdoe o termo, impertinente em relação a este Presidente.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Eu gostaria de dar um esclarecimento para que as coisas saiam com a versão correta. Eu não fiz uma crítica pessoal à Vera. Teresa Franco, aliás, fiz questão de explicar isso a ela.

Eu quero explicar a V.Exa. que a minha intervenção na tribuna não foi para fazer uma "impertinência" contra o Sr. Presidente. Acho que, na verdade, o senhor não teve essa intenção, mas eu acho que a gente adquire a energia da denominação de que é discriminatória.

 

O SR. PRESIDENTE: Mas não no meu caso. Não admito, nunca foi. Não é V.Exa. quem vai dizer que eu faço discriminação.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, correndo o risco de ser a destempo, mas não querendo deixar que ele decaia, requeiro que no ingresso da Ordem do Dia seja procedida a inversão, votando-se primeiro os Requerimentos e depois a matéria da Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol para inversão dos trabalhos na Ordem do Dia. Os Srs. Vereadores que estiverem de acordo permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO, com voto contrário dos Vers. Pedro Ruas,  Luiz Fernando Zachia e da  Vera. Clênia Maranhão.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. LAURO HAGEMANN (Requerimento): Faço um Requerimento para que a Casa faça um minuto de silêncio pela morte de Carlos Reverbel, historiador e jornalista ilustre que faleceu sábado em Porto Alegre. Estendo essa homenagem ao poeta bageense Ernesto Bainy, duas personalidades falecidas na semana passada.

 

( Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. 1º SECRETÁRIO:  Requerimento de renovação de votação do  PLL nº 114/97, que trata da tarifa dos ônibus, assinado por diversos Vereadores. Consigo identificar apenas a assinatura do Ver. Antônio Hohlfeldt e Pedro Ruas.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Existe uma lógica de Requerimentos na Mesa, eu gostaria de saber qual o critério para o das tarifas ser considerado primeiro.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu alguns Requerimentos para serem votados, e não mudou a seqüência de  chegada na Mesa.

Não há interesse em dar preferência a esse ou aquele.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, qual é o critério regimental?

 

O SR. PRESIDENTE: É a  ordem de entrada dos Requerimentos.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Então, não está sendo obedecido.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai conferir isso, Vereador. Vamos suspender os trabalhos.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, eu faço um Requerimento para que  dê preferência ao pedido de renovação de votação do PLL nº 114/97, feito pelo Ver. Pedro Ruas,  processo que trata da tarifa dos ônibus.

 

O SR. PRESIDENTE: Está em votação, não há como mudar, está em encaminhamento de votação.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Então, eu peço escusas à Mesa por este impertinente Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há por que pedir escusas, foi apenas um esclarecimento. A Mesa tem o maior empenho em esclarecer, sem nenhum problema.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há um dado, o Ver. Isaac Ainhorn protocolou antes o Requerimento que este Vereador. Logicamente, deveria ser votado antes o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. Apenas por uma questão de lógica temporal, deveria ser votado antes o do Ver. Isaac Ainhorn. Desculpe, o Requerimento foi referido pelo Ver. Isaac Ainhorn. Eu não estou me insurgindo e nem fazendo denúncia. Apenas acho que, pela lógica, deveria ser votado antes do outro. Só esta observação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa está tendo uma dificuldade enorme. Parece que, hoje, foi reservado o último dia do semestre para todos os problemas. Nós procuramos trabalhar com a maior isenção. Estes são os Requerimentos que chegaram à Mesa para votação. Têm 4 ou 5 Requerimentos. Este já foi encaminhado e eu não tenho solução de retorno. Questão de Ordem com o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Nobre Vereador, todos sabem que na Sessão anterior o Ver. João Dib e o Ver. Juarez Pinheiro ingressaram com um Requerimento. Enganei-me com relação ao nome do Ver. Juarez Pinheiro. Desculpe-me Ver. Juarez Pinheiro, eu não estou aqui para estabelecer polêmicas. O requerimento é de outro Vereador que não identifiquei o nome. Eu vi que uma das assinaturas era do Ver. João Dib. Estava desde  a Sessão anterior e o critério regimental é o da ordem cronológica. No momento em que a questão foi suscitada, depois da colocação do Requerimento da tarifa em primeiro lugar, veio o princípio da cronologia à tona e imediatamente o Ver. Gerson Almeida requereu a inversão. Fico meio perplexo com essas coisas que estão acontecendo.

 

O SR. PRESIDENTE: Mais perplexa fica a Mesa. Vamos suspender a Sessão e vou pedir para as que nove Lideranças  estabeleçam a ordem  de  votação. Está anulado qualquer processo, até que  as Lideranças informem à Mesa qual é a ordem, caso contrário a Mesa vai assumir sozinha a decisão.

 

(Suspendem-se  os trabalhos das18h07min às 18h10min.)

 

Está solucionado o impasse, as Lideranças, rapidamente, conseguiram um acordo. Vamos, então, votar o primeiro Requerimento, ou seja  renovação de votação do PLL nº 114/97

. Em votação. (Pausa.)O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha posição é absolutamente clara durante todo o dia de hoje. Durante outras discussões havidas em torno da matéria, não poupei nem mesmo a Sessão Solene, em homenagem aos vinte anos do serviço de táxi-lotação,  para dizer que o Prefeito não assumiu a sua responsabilidade, e, porque sou um homem de atitude, disse ao Secretário Municipal dos Transportes, que aqui estava presente, que ele também não assumiu a sua responsabilidade.

Foi votado o Projeto hoje pela manhã, com a insistência de todos, e eu tendo pedido que fosse votado hoje à tarde para que não houvesse problemas, mas os sábios, os doutos disseram que tínhamos que votar de manhã, e votamos pela manhã. Agora, não tem sentido a renovação de votação. Absolutamente não tem! Foram 15 votos contra 12, não tem por quê. Nós não temos mais tempo!  Não temos mais tempo para votar novamente. Só poderemos votar, se renovado, no mês de agosto. E os rodoviários estão buscando, pacientemente, uma solução para o seu problema. Continuo pensando que o Projeto é péssimo, mas os rodoviários, por atenderem solicitações de não sei quem, mas por acreditarem nesta Casa pararam de fazer as suas paralisações de duas horas, que nós sabemos o quanto tumultuavam a Cidade.

Esta Casa não tem o direito de fazer isso por mais um mês e levá-los, portanto, à greve. Não tem o direito de renovar essa votação, que não há dúvidas: 12 acharam que deveria ser rejeitado, 15 acharam que deveriam ser aprovado, 3 - a minha Bancada por completo - por não concordarem com o tipo de Projeto apresentado, por não concordarem com a omissão do Prefeito e do Secretário dos Transportes, silenciaram, abstiveram-se de votar.

Mas, agora, quando a coisa se encaminhou, quando a solução aconteceu, eu não vejo força moral para esta Casa, que recebeu o crédito dos rodoviários - não me interessa os proprietários -, os rodoviários acreditaram na Casa; não me interessa o Prefeito que se omitiu, mas os rodoviários acreditaram na Casa. Não há o que fazer em matéria de renovação. A solução está dada, e o Prefeito que tome as atitudes que devam ser tomadas.

O Ver. Fernando Záchia havia apresentado um Substitutivo, retirou, dadas as tantas manifestações contrárias - e até o Ver. Elói Guimarães dizia que não era um Substitutivo. Foi retirado. Entendo que seria melhor, mas, agora, o Projeto foi aprovado por 15 a 12.

Alertamos de manhã que poderia  haver esse tipo de coisa, de renovação de votação. Eu dizia na semana passada: não pode haver renovação de votação e não sabia qual era o resultado. A minha palavra foi colocada em dúvida quando eu disse. Hoje eu vi a minha palavra colocada em dúvida. Acho que não podemos renovar a votação. Não podemos brincar com a cidade de Porto Alegre, que poderá ter paralisados os seus serviços. Não podemos estimular.

De lado eu deixo a omissão de alguns, porque dever é dever, e eu acho que agora temos o dever de evitar que esta greve aconteça. Por isso a minha Bancada encaminha contrariamente à renovação de votação. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em face da colocação feita pelo orador da tribuna,  eu pediria que V.Exa., para que conste nos Anais,  lesse os parágrafos segundo e terceiro do art. 196.

 

O SR. PRESIDENTE:  Parágrafo primeiro,- isso já está resolvido, mas vou ler-: "A renovação de votação atinge a proposição principal e seus acessórios". Parágrafo segundo: "O requerimento escrito, devidamente fundamentado, será apresentado na Sessão Ordinária seguinte à de votação da matéria". Parágrafo terceiro: "Na Ordem do Dia subseqüente à aceitação do requerimento, renovar-se-á o processo de votação".  Não podemos atender questões pessoais, ainda não temos essa condição.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento de renovação de votação do PLL nº 114/97.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhores rodoviários. O Ver. João Antônio Dib é um homem muito respeitado em toda a sociedade e, entre nós Vereadores, ele é tido como um dos mais sábios e mais experientes, só que desta vez o Ver. João Antônio Dib estava errado em suas concepções regimentais. Porque se por acaso estivéssemos votando agora esse Projeto de Lei, a Redação Final não poderia sair enquanto não fosse pedida a renovação  que já estava anunciada pelo Ver. Pedro Ruas, o que significa que só poderíamos voltar a falar sobre esse Projeto no mês de agosto. O que nós não queríamos é que os senhores ficassem esperando angustiadamente para que déssemos uma solução.

Eu disse, pela manhã: votem sim ou não, mas temos que votar pela manhã para que à tarde possa ser feita a renovação. Aí sim, se porventura os Vereadores, consentirem com a renovação de votação, que está sendo pedida pelo Ver. Pedro Ruas e outros Vereadores, estaremos consentindo em jogar a situação dos Senhores para o mês de agosto. Vai ser uma decisão agora, deste Plenário. Mas pergunto aos Vereadores presentes: algum Vereador mudou a sua posição. Se algum Vereador mudou sua posição garanto meu voto para que o processo seja renovado. Aí vai valer a pena, como valeu a pena no caso dos taxistas e como valeu a pena no caso do título de cidadania do Stédile. Mas nesse caso, não ouvi de nenhum Vereador que a sua posição seria modificada. E sendo assim, como a Bancada do Governo quer o Projeto para poder ser aumentada a tarifa, é a Bancada do Governo que quer, é o Governo Municipal que quer que esse Projeto possa se transformar em lei para dar oportunidade para aumentar a tarifa. Então por que nós, Vereadores de oposição nessa Casa, vamos nos opor a algo que praticamente é uma necessidade, de acordo com os Vereadores da Bancada situacionista e de acordo com o Prefeito desta Cidade?

Não será a Bancada do PTB que irá se opor. A Bancada do PTB não será, Ver. Pedro Ruas, talvez pela primeira vez, favorável a um processo de renovação de votação, exatamente porque estamos sentindo que nada será modificado, e não podemos, de forma alguma, se nada será modificado, deixar que esses homens todos que estão aqui, e mais uma centena de homens que trabalham no sistema rodoviário, tenham a sua situação resolvida apenas no mês de agosto. Tudo que fizemos aqui, hoje,  foi  para que a angústia de todos eles pudesse ser encurtada. Tudo que fizemos aqui, hoje, foi dizer "sim" ou "não" dentro de nossas convicções, para que eles pudessem ter a sua situação resolvida hoje, e é hoje que devemos resolver tudo isso.

Portanto, não tem cabimento, a essas alturas dos acontecimentos, qualquer um de nós pensar em renovar o processo, a não ser, como eu disse, que alguns Vereadores pensem em modificar o seu modo de votar, o que poderia modificar o resultado dessa votação de 15 votos favoráveis ao Processo e 12 votos contrários, com três abstenções. Se até agora eu não ouvi de nenhum Vereador o seu desejo de modificar o voto, e modificar, assim, o resultado da votação da manhã, não há razão para que este Vereador ou a Bancada do PTB modifique também o seu modo de pensar e dê, para o Executivo Municipal, a Lei que ele mesmo aprovou, com os votos da sua bancada, para que, achando necessário, a tarifa seja congelada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar, como autor do Requerimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Luiz Braz, as questões não são iguais. Nós tivemos 31 Vereadores presentes naquela votação; temos 33 agora. Segundo: a Bancada de V.Exa. não votou de forma unânime; votou de forma diferente.

Ver. João Dib, a renovação de votação não é uma brincadeira. V.Exa. falou, na tribuna, em brincadeira. Os Vereadores todos têm responsabilidade aqui, têm posições diferentes, e eu respeito todas elas, mas ninguém está brincando aqui. Nem V.Exa., nem este Vereador e nenhum dos 33 Vereadores. Nós temos divergências, sim. É óbvio que temos que respeitar os rodoviários que estão aqui e temos que respeitar a população inteira, que está todos os dias aqui. O nosso juramento, o nosso compromisso é com a população de Porto Alegre.

Eu sinto a dificuldade desses homens e mulheres que aqui comparecem e vejo em seus semblantes a angústia à espera de uma decisão. Eu espero que eles compreendam- e sei que não é fácil- a posição de quem pretende até a última instância regimental lutar contra o aumento de tarifas sim, até o último momento em que isso for possível, pelo Regimento ou pela Lei Orgânica. E não é pela presença maior ou menor, nem por aplausos ou vaias aqui que vai ser modificada essa posição. Nunca! E não é brincadeira! É uma posição séria ,a posição de quem defende o aumento tarifário, como é séria a posição de quem é contrário ao aumento tarifário, como é séria a posição de todo e qualquer Vereador aqui. Ninguém está brincando em Plenário, ninguém  fica até esta hora, desde as 9h  da manhã, para brincar em Plenário.

As pessoas, aqui, têm posição e responsabilidade. Se não, eu diria que o Requerimento de V.Exa., passando para tarde a votação, não poderia entender. Para depois dizer que era brincadeira a renovação. Não é brincadeira, Vereador. Senti-me - e tenho por V.Exa. maior respeito, consideração e admiração -, ofendido. Como sentiria qualquer Vereador que estivesse trabalhando diuturnamente, aqui, pelas suas posições pessoais, acreditando em seus posicionamentos ideológicos e no seu compromisso com a população. E são formas diferentes, sim, de ver a mesma questão. Tenho certeza de que a renovação se impõe por não ficarem claros determinados Requerimentos. Até porque houve abstenções, tinham 31 Vereadores e agora têm 33. Até porque é um Projeto votado em Regime de Urgência sem ouvir todas as Comissões. É nossa obrigação pedir uma, duas, três, quatro, mil renovações, mas só temos uma no Regimento. O interesse da população está em jogo, e tenho certeza que, se tivéssemos derrubado o Projeto, teríamos, agora mesmo, a renovação, Ver. José Valdir, a mesma renovação. E se V.Exa. não pedisse, seria irresponsável, pois teria a obrigação de pedir se fosse derrotado.

Estamos aqui fazendo um trabalho sério, acreditando no que fazemos, lutando pelas nossas convicções, lutando pelos nossos argumentos, buscando, sim,  votos com os Vereadores. Em toda e qualquer renovação foi pedido, aqui, voto  dos Vereadores com a maior ênfase, com a maior convicção. Por que esta renovação é proibida? Porque nas outras, os Projetos eram mais sérios? Eram melhores? Por que esta renovação não pode ocorrer? Por que as outras podem ocorrer? Por que as futuras poderão ocorrer? Agora esta não pode ocorrer. O que há em relação a esta? É tão legítima ou não quanto qualquer outra renovação. E esta Casa sistematicamente consegue renovação de votação em todos projetos. E por que não neste?

É esse o encaminhamento, Sr. Presidente, pedindo que a Casa reflita, respeitando todo e qualquer voto, pois ninguém está brincando aqui. Quem pensa como nós e quem pensa contra nós, todos, não estão brincando. Agora, reflitam os Vereadores, a Casa sempre dá as renovações. E por que essa não? Muito obrigado.

 

( Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o Requerimento de renovação de votação do PLL nº 114/97.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, creio que o Ver. Pedro Ruas tem muita razão com a indignação que traz à tribuna. É bom que fique claro, porque, se não tomássemos as precauções - vejam bem, o Regimento é literal nessa questão - e viéssemos para um pedido à tarde, iria para agosto.

Agora, se tempo tivéssemos, eu, pessoalmente, quero afirmar aqui, com toda a clareza, gostaria de dar a renovação de votação. Se tempo dispuséssemos, numa matéria dessa delicadeza, desse peso, dessa complexidade, deveríamos dar a renovação. Não fosse a questão, exatamente, de que, se votarmos a favor da renovação, a matéria será jogada para o mês de agosto. Aí, teremos, indiscutivelmente, todos esses transtornos, Ver. Pedro Ruas. Nesse sentido, vou votar contrário à renovação de votação, e dizer que, infelizmente, não nos foi possível reproduzir, aqui, fazer o contraponto às colocações feitas da tribuna, para demonstrar, por exemplo, uma colocação trazida pelo Ver. Pedro Ruas, quando citou a Procuradoria da Casa. Não vou discutir com a Procuradoria da Casa, mas vou trazer e depois mostrarei o Processo em que a Procuradoria da Casa, em matéria idêntica ao Projeto Milton Zuanazzi e Fernando Záchia, deu  exatamente o contrário. A matéria é a mesma. Não vamos discutir isso agora, porque, afinal de contas, não é o caso. O que eu quero dizer é que esse Projeto, na minha opinião, traz para o sistema, para o controle e a tarifação do sistema de transporte por ônibus em Porto Alegre, mecanismos que permitirão que se faça uma boa política de tarifa na Cidade. Vocês sabem qual é a posição da tarifa de Porto Alegre hoje? Das capitais, ela é a 10ª. Por que isso? Porque alguém é bonzinho? Não. Porque a metodologia de cálculo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a planilha de custos assim colocou a Cidade de Porto Alegre, numa posição altamente boa no "ranking" das tarifas no País. Eu estou falando das capitais, vejam bem, Porto Alegre está em linha de importância com as grandes cidades brasileiras. Até temos a melhor qualidade de vida.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu encerro aqui para dizer que, não fosse essa questão do tempo, eu votaria pela renovação de votação. Agora, não o posso fazer, evidentemente, porque teremos que discutir lá em agosto e jogar os rodoviários ao confronto, à greve. Quero dizer que não interessa a greve para a Cidade de Porto Alegre, esta é a minha opinião. A greve é um instrumento da democracia, nós defendemos a greve só que, em determinadas circunstâncias. A Lei Záchia foi mal aplicada, tenho dito isso pelos meios de comunicação. O espírito da Lei Záchia era o de incorporar o reajuste dos rodoviários na tarifa. Mas aconteceu! A Câmara estendeu a mão. O Prefeito, por outro lado, nos colocou a Secretaria Municipal dos Transportes à disposição, que nos acompanhou passo a passo. Eu não tive o privilégio de ser o único autor dessa Lei, levo a participação do Ver. José Valdir que, num determinado momento, poderia ter dito: "Não me meto nisso". Mas nós assumimos e não estamos arrependidos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar  o Requerimento, pela Bancada do PSDB.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente as pessoas que nos honram com a sua presença, com sua visita hoje, Ver. João Dib, eu queria dizer que talvez muito do que eu, como Vereador de primeira Legislatura, com apenas seis meses de Casa,  aprendi até agora - evidentemente é pouco em função das minhas condições pessoais, que são insuficientes -, aprendi com o Ver. João Dib. Pois, o Ver. João Dib tem liderado quase todas as renovações de votação. As pessoas, Vereador, têm o direito de dizer: "Esta renovação eu quero, esta eu não quero". Eu acompanhei o seu raciocínio, mas também  permito-me raciocinar em torno de uma sonora injustiça que é feita com a população de Porto Alegre, ao admitirmos um aumento para o qual os usuários do transporte coletivo não estão preparados, pois não receberam aumento de salários. Se gastassem uma passagem por mês, a despesa seria perfeitamente suportável. O problema é que, muitas vezes, o operário usa 3, 4, 8 vezes uma passagem de ônibus, para o seu transporte e para o de sua família. Aí, realmente, as coisas começam a pesar no bolso do trabalhador, que é, na minha  opinião, o maior injustiçado.

 Eu gostaria de acrescentar alguma coisa aos argumentos do Ver. Pedro Ruas, que disse que quantas renovações fossem possíveis ele pediria: se houvesse a possibilidade de mil renovações, ele pediria mil renovações de votação, em função da mais clamorosa injustiça cometida contra o bolso do consumidor desnecessariamente. O pólo da discussão foi completamente desvirtuado por incompetência da Administração Executiva da Capital  levando, como massa de manobra, os rodoviários, a  cujo pleito a Bancada do PSDB é favorável em todos os itens, não só nos econômicos como nos sociais, mas se vê na contingência de que, pela primeira vez na história do transporte urbano de Porto Alegre, o ônus desse dissídio seja transferido a quem de direito, ou seja, à entidade patronal. Os patrões têm que arcar com esse dissídio, não a população de Porto Alegre. E nisso vejo a mais clamorosa injustiça. E tentando reparar essa injustiça, associados aos argumentos do Ver. Pedro Ruas, vou votar pela renovação da votação.

Isso não quer dizer, sei que é problema de consciência do Vereador, que vamos mudar a votação, sei previamente. Agora, que há mais seis Vereadores, sim. Então, é obrigatório o pedido de renovação de votação. E que há respeito à pauta reivindicatória dos trabalhadores, não só econômica mas social. Estamos do lado deles.

E se houvesse alguma justiça por parte do Prefeito, seria ele instituir um projeto de lei e enviá-lo para a Câmara, dizendo que votássemos pela permanência do cobrador, mesmo com a roleta, e pela redução da jornada de oito para seis horas, sabendo que a profissão de rodoviário, além de extenuante, oferece é um risco permanente. E essa injustiça os rodoviários não podem suportar.

Neste momento de reflexão, talvez uma das coisas mais saudáveis que exista seja a renovação de votação, mesmo que seja apenas para a confirmação, mas é uma tentativa da nossa consciência de evitar uma injustiça com o consumidor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminharo Requerimento de renovação de votação.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é o meu primeiro mandato, minha primeira Legislatura, mas, todas as vezes em que solicitaram renovação tiveram o meu voto. Conversando com os demais Vereadores, disseram-me que era praxe na Casa, porém estou muito surpreso, até porque, recentemente, em duas renovações, os Vereadores mudaram seu voto, o que não quer dizer que os Vereadores não tinham opinião formada, mas nós podemos, e temos o direito, divergir e votar contrariamente. Foi, há poucos dias, o caso dos táxis e a questão do título ao Stédile. Fico surpreso, quando ouço alguém dizer que dar a renovação vai criar transtornos. Querem mais transtorno do que um milhão de usuários ter que arcar com a conseqüência do aumento das passagens? Aqui eu sempre ouvi que era a Casa do povo, mas se é a Casa do povo, o Presidente tem como, extraordinariamente, convocar uma Sessão. Tem sim! Aqui é o fórum de discussão.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, concedam nessa Sessão; concedam a renovação de votação e, se for preciso vamos ficar aqui para uma Sessão Extraordinária, até porque nós não ganhamos nada para fazer uma Sessão Extraordinária. Nada, Srs. Rodoviários. Agora, quero dizer que seria transtorno para mais de um milhão de usuários. Portanto, nós do Partido Socialista Brasileiro somos a favor da renovação  e queremos uma Sessão Extraordinária. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais uma vez estamos diante da questão do instituto da renovação de votação. Eu já coloquei, aqui desta tribuna em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que nós não somos favoráveis à chamada cultura da renovação de votação. Não somos, porque como todo instituto regimental, com um sentido democrático, ele não pode ser banalizado. Nós tivemos, inclusive, uma grande discussão, na Cidade, sobre uma renovação de votação, de um Projeto do conhecimento de todos. Não quero entrar no mérito, quero entrar no mérito deste. Qual o fato novo que ocorreu das duas da tarde, quando votamos este Projeto, até agora? Qual o fato novo, que novo argumento, que nova situação foi criada para que justificasse que o Parlamento Municipal  rediscutisse  de votar essa questão? Nós tivemos uma votação, recentemente, quando da criação do Bairro Iguatemi, um bairro da cidade de Porto Alegre. Por 15 a 14 não renovamos a votação. Então, não existe mais essa cultura e essa questão tem de ser discutida caso a caso. Renovação de votação é um instituto sui generis  em Porto Alegre, porque eu sei que a Assembléia Legislativa não tem. Eu acho positivo que tenha, é um mecanismo a mais que pode assegurar que, em situações de anomalia, se discuta novamente. Agora, não é o caso, não existe nenhum dado novo.

 O instituto da renovação está-se transformando numa alternativa de segundo turno em tudo que é votação, porque um único Vereador pode solicitar. E mais, tem sido dito que esse é um Projeto que aumenta tarifa. Eu digo que esse projeto não aumentou um único real a tarifa. Quem vai aumentar a tarifa é o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre. O que estamos fazendo é devolver à Prefeitura a responsabilidade e o controle desse serviço público importantíssimo, que não trata apenas de salário rodoviário, por mais importante que seja, trata de toda a gestão do transporte coletivo. Logo, tem sido usado isso nesta tribuna e fora dela de maneira equivocada, porque há quatro anos que a tarifa aumenta anualmente em Porto Alegre, e esta Casa há quatro anos não discute isso. Nós voltamos a discutir isso, porque esta Casa, com boa intenção, votou e aprovou uma Lei e essa Lei  temos discutido, ou seja, há quatro anos que o sistema de transporte coletivo de Porto Alegre tem passado, crescido e melhorado de forma tranqüila, garantindo que Porto Alegre tenha uma das mais baixas tarifas do país. Agora, junto com isso, assim com o segundo maior salário de rodoviários do país, há um terceiro elemento: o elemento da qualidade do serviço, garantido por uma frota das mais novas, com quatro anos e meio. Todos, aqui, que moram em Porto Alegre, sabem como era a nossa frota há anos atrás, doze anos, em média. Outro argumento: é o trabalhador que sempre paga. Qual a tarifa pública que não é o trabalhador que sempre paga?

Portanto, nós precisamos é discutir outras formas de financiamento  que penalizam os grandes empresários, sim, para garantir a tarifa. Agora, enquanto a tarifa só for subsidiada pelo usuário, é óbvio, é natural que é o usuário quem vai pagar. O que nós queremos garantir é  que, mais uma, vez volte ao Executivo a responsabilidade de determinar tarifas e endurecer, sim, com os empresários, como tem sido feito pela Administração Popular, inclusive com uma intervenção de quase dois anos. Agora, se coube ao Executivo a responsabilidade do aumento, cabe-lhe garantir qualidade e bons salários, condições de trabalho para os trabalhadores o que gera um bom serviço para a comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvia  atentamente o Ver, Gérson Almeida, onde ele dizia que tinha três fatores importantes, que norteavam a tarifa do transporte urbano, que era a tarifa das mais baixas. Vejam como é contraditório, o Ver. Elói dizia que era a décima do Brasil e o Secretário de Transportes dizia que era a décima-sexta capital do Brasil com tarifa mais barata. O Ver. Gérson dizia que o salário dos trabalhadores era o segundo mais alto do Brasil.  Toda  essa discussão em torno da situação dos trabalhadores! Isso, parece-me consenso.

Dizia V.Exa. que a qualidade de serviço é muito boa. Esse foi o terceiro argumento. Eu colocaria o quarto argumento: o povo vai pagar a conta. Ver. Gérson, se os trabalhadores, e eles têm direito e razão nessa discussão, nessa luta. E essa, parece-me, é a maior obrigação da Câmara de Vereadores, mas se já foi aumentado no mês de fevereiro/março, compete e cabe aos permissionários do transporte coletivo que paguem, que dêem aumento aos trabalhadores. Então, transferem esse problema para a Câmara de Vereadores, como se eles não tivessem lucro para repassar aos trabalhadores? Nós, a Câmara, mesmo que possamos ter votado errado, temos de ter a urgência na votação para não deixar os trabalhadores entrar em greve?

Ver. Gerson Almeida, respeito V.Exa., respeito o Ver. Elói Guimarães que é um homem de boas intenções e quis mediar uma situação, um impasse criado na Cidade, mas vejam, não vou eu ser acusado de votar erradamente para que não se crie uma situação na Cidade que os empresários poderiam resolver. Que aumentem o salário dos trabalhadores. Eles têm margem para isso. Se não foi nesse último aumento, os aumentos antigos, o retrospecto certamente permitiu eles darem os aumentos que essa classe de trabalhadores reivindica, e nos parece, claramente, que merecem.

Então, eu não vou cometer dois erros, se já cometi um erro votando, não vou aliviar os empresários que têm uma história na Cidade, e V.Exa. se referia com muita correção, quando seu Partido fez a intervenção nas empresas. Ora, de lá para cá os empresários certamente têm uma margem que pudesse repassar à classe trabalhadora. Mas fica muito cômoda a situação do empresariado, em cima do último aumento, repassando para o Executivo e, conseqüentemente, para esta Câmara Municipal a responsabilidade de se justificar publicamente para a sociedade, que nós, aqui, fomos obrigados a dar aumento na tarifa para que pudesse ser repassado à classe trabalhadora. Ora, que situação cômoda, de duas partes: os empresários e o Executivo. Que situação incômoda dos trabalhadores e a nossa, extremamente incômoda!

Desde que estou aqui, no mandato anterior, sempre votei pela renovação, acho um direito legítimo para que se possa renovar uma discussão numa votação que foi muito próxima, 15 votos a 12. E o Ver. Pedro Ruas dizia muito claramente que havia dados novos, há dois Vereadores novos: um que já sei que mudou, e outro quer mudar, porque sabe que cometeu um erro. Isso para mim já é uma justificativa para que possamos renovar. Eu não dormiria com minha consciência tranqüila se aqui eu cometesse um erro, com medo da possibilidade de uma greve.

Fiz e entendo, Ver. Elói Guimarães, o Substitutivo para que também não chegássemos a esse impasse, mas não podemos cometer um erro penalizando uma Cidade toda por uma irresponsabilidade dos empresários e do Executivo. Os empresários, porque certamente, têm margem para repassar para os salário e o Executivo, porque numa situação extremamente cômoda transferiu a discussão, o ônus para a Câmara de Vereadores. Isso só justifica uma renovação, entendo justa, legítima mas não podemos nos omitir a enfrentar esse problema porque vai ser criado um impasse. Se esta Casa entender que deva ser renovado, vamos votar em agosto, que os executivos, os empresários também entrem nessa discussão e tentem mediar o problema como até então nós, os Vereadores, fizemos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar.

 

O SR.  REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos discutindo esse assunto há sete horas. Sinceramente sou uma pessoa sensível para oportunizar a que a Casa exercite, num segundo momento, a possibilidade de reexame de uma posição, entretanto não deixo de reconhecer a circunstância especial deste caso.

Tivesse eu a certeza de que, autorizada a renovação da votação, nós faríamos, ainda hoje, numa Sessão Extraordinária essa renovação eu não teria dúvida  em permitir isso aos companheiros, que desejam, legitima e corretamente, numa postura digna democrática de quem quer vê-la vitoriosa por todos meios regimentais possíveis, eu não teria dúvida de ensejar essa oportunidade. Eu não posso deixar de reconhecer que este assunto, por demais discutido, tem desgatado o Legislativo e está sendo enfocado de uma forma equivocada. Vejo virem à  tribuna dizerem que não vão votar a favor do aumento da tarifa, a maioria das pessoas que tem falado nesta tribuna acredita que Lei vai permitir ao Executivo aumentar a tarifa, porque o próprio Líder do Governo já disse que quem vai aumentar ou não a tarifa é o Prefeito da Cidade, porque é assim que está escrito na Lei. Se é verdade que existe esse consenso de que o Prefeito vai aumentar tarifa, é porque ele está reconhecendo que ela está mal calculada, que é necessário ela ser recalculada, para que ocorra aquilo que todos dizem nesta Casa, que é o direito legítimo dos trabalhadores terem o seu dissídio coletivo. Não vejo como conciliar essas duas questões. Não vejo como conciliar um discurso que quer dar aumento aos trabalhadores, quando todo o mundo no Brasil sabe que quem paga a tarifa pública é o usuário, e não os cofres públicos. Se é essa a realidade, quero dizer que eu normalmente voto em segunda chamada esses projeto. Disse ao Ver. Pedro Ruas e vou repetir aqui da tribuna: se depender exclusivamente do meu voto, a realização da segunda votação estará garantida. Ver. Pedro Ruas, pelo que percebo, a Casa entende que a discussão desse assunto é desgastante, que a maioria já se manifestou, que teve oportunidade de dizer das suas posições, que todos assumiram de acordo com suas convicções as posições que tinham que assumir, que os desgastes e os aplausos  já ocorreram, ou deixaram de ocorrer. Eu não faço discurso para agradar quem quer que seja, a minha posição é de que se tiver de renovar a votação, ela será renovada e eu novamente votarei como votei na tarde de hoje, quando votei a favor do Projeto que estava em discussão e que foi aprovado por 15 votos contra 12, com três abstenções. Abstenções essas que pela voz do experiente Ver. João Dib, já entende que o assunto está decidido, portanto não há nenhuma renovação a ser feita. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação desta Sessão por mais duas horas.(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a prorrogação desta Sessão.

Em votação nominal,  por solicitação do Ver. João Dib, o Requerimento de renovação de votação do PLL nº 114/97. (Após a chamada. ) REJEITADA a renovação de  votação por 8 votos SIM, 22 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO

Solicito ao Sr. 1º Secretário que faça às leituras das Declarações de Voto.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)

 

DECLARAÇÃO DE VOTO

 

"Votei contra a renovação de votação por falta absoluta de tempo para que se vote o Projeto, em Sessão subseqüente, com absoluta segurança regimental.

 

                   (a) Ver. Elói Guimarães.”

 

DECLARAÇÃO DE VOTO

 

 "Votei contrariamente à renovação pois, com antecipação, sem saber qual seria o resultado, eu já informava a minha posição precedida da minha palavra, e eu mantenho a minha posição. Quando da  votação do Código de Saúde - vetos - informei que fosse qual fosse o resultado eu solicitaria renovação de votação e cumpri. Palavra é palavra.

(a )  Ver. João Dib.”

 

 

DECLARAÇÃO DE VOTO

 

 "Votei a favor da renovação resguardando o voto do titular, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

(a) Ver. Gilberto Batista.”

 

DECLARAÇÃO DE VOTO

 

"A população de Porto Alegre não pode ser enganada mais uma vez e criticar a Câmara pelo aumento das tarifas do transporte coletivo. Na realidade o  aumento foi aprovado pelo Partido dos Trabalhadores que ofereceu onze dos quinze votos que aprovaram o Projeto que atende aos interesses dos empresários. A lei aprovada permite um novo reajuste das tarifas e atende aos interesses dos empresários dos transportes coletivos que concordaram com o atendimento das reivindicações salariais dos rodoviários a um  novo reajuste tarifário.

O problema  é que sob o argumento de reajustar  os  salários dos rodoviários todos os ônus serão transferidos ao bolso dos demais trabalhadores, que estão com seus salários congelados, bem como ao bolso dos desempregados e  aposentados. Enfim, todos os usuários pagarão a conta agraciando sobremaneira os interesses dos empresários. É importante que a população tome conhecimento do resultado da votação em virtude de que a imprensa, informada pelo Executivo, provavelmente noticiará: ‘A Câmara aprovou novo aumento de tarifas’. Urge, pois, que fique transparente que foi o PT que contribuiu decididamente para o aumento das tarifas com 11 votos, mais 2 do PTB, 1 do PDT e 1 do PFL.

A renovação seria necessária para sedimentar a posição dos Vereadores desta Casa.

( a) Vera. Anamaria Negroni".

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos que não há mais declarações de voto.      Suspendemos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos das  l9h06min às19h09min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Temos pouco trabalho pela frente, se tivermos concentração, vamos  seguir.

Tenho dito, na minha modesta vida política, que a política é a arte da paciência, e a paciência tem que ser exercida, às vezes, para dar continuidade a um trabalho maior, ao que estamos nos propondo. A paciência inesgotável desta Presidência um dia também estoura. Por enquanto, estou conseguindo, Ver. Isaac Ainhorn.

Voltamos à votação dos Requerimentos. Sobre a mesa Requerimento do Ver. João Dib e do Ver. Gerson Almeida, que pedem a retirada do Requerimento que pedia renovação de votação de adiamento de votação, por 05 Sessões, do PLL70/97  (Bairro Iguatemi). A Mesa recebeu o Requerimento e já deferiu, está apregoado.

 Queria dizer que estamos todos frustrados porque não fizemos o aviso da festa surpresa do Ver. Pedro Américo Leal e acabamos ficando fora da festa. Imagino que ainda tenha alguma coisa para nós, Vereador.

 

O SR. SECRETÁRIO (Paulo Brum): Requerimento nº 154/97, de autoria do Ver. Renato Guimarães,  de Moção de Repúdio ao Projeto das Organizações Sociais do Executivo Federal que privatizará o Hospital Presidente Vargas.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. O Ver. Renato Guimarães  está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós não poderíamos deixar de debater essa matéria antes de findar o semestre legislativo desta Casa. Nesta e na semana passada, acompanhamos pela imprensa a notícia de que há uma proposição, um antiprojeto para transformar o Hospital Presidente Vargas que certamente a grande maioria dos senhores reconhece como um hospital de referência materno-infantil desta Cidade e do Estado do Rio Grande do Sul. Existe uma proposição para transformar este Hospital em uma Organização Social, que nada mais é do que privatizar o Hospital Presidente Vargas.

 Nós não poderíamos  deixar de destacar esse assunto, um conjunto de Vereadores nesta Casa chama a responsabilidade, o Governo Municipal chama a responsabilidade, esse Parlamento chama a si à responsabilidade o Governo do Estado, a Assembléia do Estado, o Governo Federal e a Câmara Federal. Não poderia, nesse momento, deixar de chamar à responsabilidade o Governo Federal. É um crime transformar o Hospital Presidente Vargas em organização social. O Ver. Sebenelo sabe disso, sabe o que é transformar o Hospital Presidente Vargas, o Hospital Conceição em Organização Social. É um crime para a população transformar esses dois hospitais em Organizações Sociais. Essa nossa Moção de Repúdio é para chamar à responsabilidade dessa Casa. Esta Casa tem que debater esse assunto e tirar uma posição contrária a que os Hospitais Presidente Vargas e Conceição sejam privatizados, através de medidas. Temos que ser contrários a isso. Por quê? Porque esses dois Hospitais - e o Ver. Sebenelo sabe disso - são referência para a população pobre, que quando precisa  do atendimento materno, do atendimento infantil, procura esses hospitais. Não podemos deixar que na metade do ano, no mês de julho, o hospital se torne Organização Social. É isso que está-se pedindo, quando dizem que será no mês de julho que o Hospital Presidente Vargas irá se tornar uma Organização Social, porque nesse mês esse Parlamento não estará reunido. Existe a Comissão Representativa, que não tem a mesma divulgação. É nesse mês que o Governo Federal entra com essa proposição.

Gostaria de chamar, em especial, a atenção dos Vereadores do PSDB, do Ver. Sebenelo, da Vera. Anamaria Negroni, que cobram responsabilidades da minha administração. E eu anoto para cobrar da minha administração. Gostaria que eles anotassem também isso que vou dizer: o Hospital Presidente Vargas será privatizado no mês de julho, e nós, Vereadores dessa cidade, temos que dar uma resposta aos cidadãos da cidade que utilizam esse hospital. No mês de agosto, quando uma mãe, quando uma criança for procurar o Hospital Presidente Vargas e não houver atendimento, porque ela não vai poder pagar, quero saber quem será responsabilizado por isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, depois de um exaustivo dia de trabalho, às 19h20min, o Vereador autor da matéria propõe uma discussão sobre um tema de grande profundidade e sobre o qual certamente a sociedade brasileira será chamada a se manifestar em várias oportunidades. Essa discussão que de certa forma já se estabelecia na Casa desde a Legislatura anterior, diz respeito à transformação anunciada do Hospital Presidente Vargas, um hospital que hoje é da Previdência Social, em uma Organização Social, tendo como referencial o Hospital Sara Kubistchek, que é a única experiência que se conhece no Brasil, em área de medicina gerida por uma Organização Social, que é a organização que mantém o Sara Kubistchek, que é um dos melhores referenciais em termos de saúde pública neste país.

Eu quero dizer honestamente que eu não teria, para discutir essa matéria, a segurança de quem se julgasse dela informado ao ponto de ter uma posição peremptória sobre a qual pudesse não se arrepender, em momento nenhum, de tê-la tomado. Em princípio, pelo que eu sei, as chamadas organizações sociais dentro do quadro que representa hoje o Hospital Sara Kubistchek, longe de serem um fato negativo, representariam um domínio da sociedade sobre uma instituição do tamanho do Hospital Presidente Vargas, cuja atuação nos últimos anos em Porto Alegre, lamentavelmente, deixa muito a desejar.

 Sei que essa proposta era de facultar a esse hospital melhores meios para superar a crise crônica que tem vivido de longa data. Digo com  toda sinceridade, que não tenho essa gama de conhecimento sobre a matéria, Ver. Renato,  que me possa autorizar a vir aqui, catedraticamente, opinar sobre o assunto. Pelo que tenho conhecimento, eu não vejo motivo de se fazer uma manifestação de protesto nesta Câmara de Vereadores, ao apagar das luzes desse semestre Legislativo, quando esta Casa já foi exaurida por discussão de assuntos relevantes de interesses da comunidade. Parece-me, com toda sinceridade, que é uma demasia se pretender uma Moção de Protesto contra uma possível ocorrência que, segundo consta, é inquinada de negativa por uma e defendida, como uma medida adequada, por inúmeras personalidades, especialmente, na área de saúde pública neste País.

Como em dúvida, eu tenho que ficar com a parte fraca e com a parte fraca, no momento, é quem, eventualmente, esteja realizando esses estudos e que não tem condições de estar aqui, hoje, se defendendo e, sobretudo, não tem como ser defendido por nós que não saberíamos se esse assunto viria à colação, eu diria, com toda sinceridade, se houver um debate aprofundado sobre essa matéria e se me for demonstrado com clareza, que transformar o Hospital Presidente Vargas em uma Organização Social não vai levá-lo para uma situação assemelhada ao referencial do Sara Kubitschek. E se, como disse o Ver. Renato Guimarães, forem levadas às  portas do hospital as crianças e as mães e as mesmas forem rejeitadas, como foi pintado pelo Vereador, eu até posso me convencer do contrário.

Hoje, quero dizer com firmeza, que acredito que qualquer coisa que se faça, no sentido de melhorar os serviços que vêm sendo prestados pelo Hospital Presidente Vargas à comunidade de Porto Alegre, é um fato que deve ser aplaudido e não repudiado.

Ademais, não vejo em uma Organização Social outra coisa senão a melhor das participações da sociedade que não participa das coisas somente através do Estado. Tem competência, tem tradição, tem conhecimento, tem interesse para substituir o Estado, muitas vezes, sempre com ganhos para a comunidade e nunca com perdas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Vera. Maria do Rosário, Ver. João Dib, Ver. Reginaldo Pujol, eu gostaria de ser um orador nesta hora que prendesse a atenção do Plenário. Reconheço que tenho limitações em grande ordem e não tenho essa capacidade. Quero dizer a V.Exas. que conheço um pouco a matéria. Estamos tratando de um assunto da maior profundidade para esta Cidade.

Ver. Reginaldo Pujol, vou dizer a V.Exa. em meia dúzia de palavras o que é Organização Social. Sabemos que a saúde, e isso está na Constituição Federal, é uma função essencial e típica do Estado. Saúde é da responsabilidade do Estado. Criar uma Organização Social significa que um órgão público passa para a iniciativa privada, com os seus métodos. Significa o seguinte: um órgão público deixa de ser público, e é feito uma fundação pública, ou uma associação sem fins lucrativos; reúnem-se meia dúzia de pessoas, e é assim - o Ver. Cláudio Sebenelo sabe disso, ele é do PSDB - essas pessoas fazem uma associação sem fins lucrativos ou uma fundação privada, nem passa pelo Ministério da Saúde, - vem pelo Ministério da Reforma Administrativa e Reforma do Estado. Qualifica então essa meia dúzia de pessoas reunidas em uma fundação privada, de "Organização Social". Depois vem uma medida provisória e termina com o ente público. Os bens do ente público passam sem qualquer licitação do serviço público para a iniciativa privada. A partir daí essa empresa privada não precisa mais fazer licitação para fazer a compra de medicamentos e de todo o material necessário para o hospital. Não precisa mais, Senhores, fazer concurso público! Vira um clientelismo! Contrata quem quiser, porque a Lei das Organizações Sociais não exige concurso público. Além do mais, Ver. Reginaldo Pujol, quero dizer o seguinte, o Tribunal de Contas da União, não do Estado, perde a capacidade de fazer o controle sobre esses entes, e é feito daí um contrato de gestão entre aquela meia dúzia de apanigüados, diretamente com o Governo Federal. A sociedade perde o controle, o Conselho Municipal da Saúde não tem controle sobre essa nova entidade.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é um crime contra a saúde nesta Cidade se esta Câmara de Vereadores, na sua última Sessão, não levantar a sua voz, dizendo que a sua coluna não se dobra e dizer ao Governo Federal que nós não aceitamos e nem o Hospital Presidente Vargas e o Hospital Conceição aceitam serem transformados e passados para a iniciativa privada, porque nós sabemos que a conseqüência disso será a diminuição de serviços públicos hoje prestados, e que se não derem lucro, vão acabar, a população vai ter que pagá-los. O Hospital Sara Kubitschek, caro Ver. Reginaldo Pujol, é um péssimo exemplo. Aquele hospital, desde que passou para esse tipo de entidade, diminuiu a sua qualidade e as estatísticas mostram isso de sobejo. Eu concito a esta Câmara de Vereadores que, na sua última Sessão, defenda a saúde dos cidadãos desta Cidade e diga, em alto e bom som,  em uma Moção de Repúdio, diga não às Organizações Sociais, não à privatização da saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisto orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Jornal O Globo, do dia 22/06/97, transcreve na íntegra o artigo do Dr. Aluísio Campos da Paz Júnior, Médico-Chefe da Rede Sara Kubitschek, pós-graduado em Ortopedia, pela Universidade de Oxford na Grã-Betanha. Ele termina o artigo dele, cujo título é: "Milhões de doentes, trilhões de dólares", com a seguinte frase: "Ao que tudo indica ao longo de todo esse tempo Lavoisier atuou. Os conceitos se foram reformando, ou deformando, e, novamente, se defende a velha idéia da igualdade, agora sob a capa da tal de globalização. Vamo-nos unir, todos, num abraço fraternal, só que o abraço é de tamanduá, e o tamanduá não somos nós. Eu posso até aceitar discutir se uma siderúrgica deve, ou não, ser globalizada, mas colocar a saúde no plano de discussão de comércio é, no mínimo, falta de pudor ou de escrúpulo".

Eu trabalho há 30 anos como modesto servidor de um hospital que é meu orgulho, é o orgulho da minha família. A minha família tem profundo orgulho por, há 30 anos, eu trabalhar no Grupo Hospitalar Conceição. Lá eu fiz tudo, desde lavar o chão da sala de cirurgia para o dia seguinte, porque não havia funcionário, até ser seu Superintendente, muito mais pela bondade dos outros, por um erro de avaliação política do que, propriamente, qualquer mérito meu. Quero dizer para vocês que passei os momentos mais duros da minha vida gerenciando uma instituição de seis mil funcionários - e hoje eu tenho seis mil amigos - e um orçamento de 250 milhões de dólares anual. Tive os maiores prazeres que um indivíduo pode ter no seu perfil ético, isto é, nós tínhamos um sonho, esse sonho se transformou num projeto, esse projeto se transformou em realidade, e cada vez o prazer aumentava mais quando o máximo dele é ver uma população usufruir do nosso sonho. Isso não tem tradução financeira. A unidade de medida dessas coisas não pode ser contaminada, não pode ser promiscuída, não pode ser prostituída, não pode ser miscigenada com qualquer idéia mercantilista. E esse magnífico papel do Estado, esta postura é indeclinável dever do Ministério da Saúde de assumir as mais de 150 milhões de consultas dadas num ano, e temos muito que nos orgulhar do Ministério da Saúde.

É inadmissível, hoje, num País que tem 6 a 7 milhões de internações hospitalares pagas pelo SUS, primeiro, que se abra mão das conquistas do SUS. É fantástico que uma Administração queira fazer parceria com a iniciativa privada para juntos enfrentarem o maior drama que uma Nação tem, que é o resgate de uma dívida social que se tornou impagável, que vamos postergando para nossos filhos e netos, que vão ter uma dívida cada vez mais difícil. E num momento desses sou contra, pessoalmente, a qualquer idéia de privatização na área da saúde. Desgraçadamente, se isto ocorrer dentro do atual Governo eu, pessoalmente, vou-me manifestar publicamente contra. Não quero desrespeitar ninguém com isso, mas acho que tem que ser respeitada a dor do povo brasileiro, pois tem milhões de pessoas sofrendo nas emergências e que poderiam ser, ameaçadoramente, transformada em mercadoria, e muitas vezes, o que é pior, pela privatização, em objeto descartável. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o requerimento do Ver. Renato Guimarães, Moção de Repúdio ao Projeto das Organizações Sociais do Executivo Federal que privatizará o Hospital Presidente Vargas.

 

O SR. JOÃO NEDEL (Esclarecimento): Esse projeto de transformação está anexo ao Requerimento? Estamos sabendo o que vamos votar?

 

(O Sr. 1º Secretário lê o Requerimento de autoria do Ver. Renato Guimarães)

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Requerimento de Moção de Repúdio, contra os votos do Ver. João Carlos Nedel, João Dib e Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE:  Solicito ao Sr. 1º Secretário que leia o próximo Requerimento

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento nº 155/97, de autoria da Ver. Sônia Santos e da Ver. Maria do Rosário. Requerem representar a Câmara Municipal de Porto Alegre no Festival Mundial da Juventude de 25 de julho a 06 de agosto de 1997 em Havana - Cuba.(Lê.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu solicito votação nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: É só para esclarecer o Ilustre Vereador, pois é seu primeiro Mandato, quando  a votação não é nominal e um Vereador  quer esclarecer o seu voto, a Mesa anota o voto. Então, nem sempre precisa ser nominal para se demonstrar qual é o voto e , às vezes, a gente pode economizar esse trabalho.

Em votação o Requerimento das Veras Maria do Rosário e Sônia Santos.(Após a chamada ): APROVADO por 25 votos SIM e 02 votos NÃO.

Requerimento nº 146/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja que requer uma Moção de Solidariedade ao Ministério dos Transportes, representado pelo Ministro Eliseu Padilha, pela proposta de implantação de linha do Trensurb interligando Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Clovis Ilgenfritz. (Após a chamada .): APROVADO por 15 votos SIM, 11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento nº 152/97, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, solicitando Moção de Solidariedade com o Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, pela posição contrária a proposta da FECOMÉRCIO, de liberação do horário das lojas.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2472/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que institui, no Município de Porto Alegre, o Serviço de Prótese Dentária como programa de atendimento à população carente.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela rejeição do Projeto

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relatora Vera. Sônia Santos: pela aprovação do Projeto.

 

Obs.:

- adiada a discussão por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. Décio Schauren, solicitando o adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLL nº 152/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0255/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades da Rede Hospitalar Pública Municipal de internação coletiva. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Gerson Almeida: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, solicitando o adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLL  nº 03/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0281/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que inclui artigo na Lei nº 7632, de 10 de julho de 1995, que estabelece critérios para uso do cinto de segurança nas vias terrestres do Município de Porto Alegre.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela rejeição do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Gerson Almeida: pela rejeição do Projeto.

 

Obs.:

- adiada a discussão por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a Mesa, Requerimento, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando o adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLL nº 04/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1930/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei Municipal nº 5626, de 18 de setembro de 1985, que estabelece gratificação especial por atividade insalubre aos funcionários detentores de cargos da classe de Mimeografista, atual classe de Oficial de Reprografia, na Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

Obs.:

- para aprovação voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em discussão.(Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PR nº 020/97. (Pausa.) Os Senhores Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO por unanimidade.

Nesta décima segunda Legislatura teremos Sessões da Comissão Representativa que serão nas quartas e  quintas  às 9h30min. São titulares dessa Comissão os seguintes Vereadores: Adeli Sell, Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Os suplentes têm os mesmos direitos de participação, entretanto não votam, a não ser que o seu titular esteja licenciado. A participação é sempre igual, em todos os momentos, só na votação, votam apenas os 17 titulares ou substituídos legalmente.

Agradecemos a presença de todos, funcionários, funcionárias, Vereadores, Vereadoras, desejamos a todos um bom recesso. Informamos que receberão nos próximos dias o Relatório do primeiro semestre de atividades da Mesa Diretora e da Administração da Casa.

Está encerrada a Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h58min.)

 

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